Saturday, 13 October 2012

Eu, semente

Eu, semente
ambiciono o milagre da flor...











 







Que se lancem rebentos
ao pousar os meus lábios
em teu corpo seduzido em ardor

Faz-me rosa
Faz-me acácia
Faz-me louco sonhador

Anseio, sem receios
em ser umedecido
pelas águas do teu amor

(A. Kandimba)

Saturday, 6 October 2012

Um

Se podemos olhar

uns para os outros,

 juntos podemos olhar 

 para a mesma direção
 
(A. Kandimba)


Friday, 5 October 2012

Dia do Poeta (Para Langston Hughes)

Neste dia do poeta
me embriago no néctar
da flor da minha poesia


 No jardim do amor
me despetalei da teoria 
Jamais me perfumarei da utopia 
de aronia e agonia

Sim, e' realmente o amor que me guia


Hurra!!!

O poeta chegou ao mundo!!!

Muita glória, muita alegria!!!
(A. Kandimba)


 Langston Hughes (1902-67), poeta, novelista e dramaturgo. Foi um dos expoentes do "Renascimento do Harlem" movimento artísti­co que celebrava a cultura Afro-Americana dos EUA nos anos 1920.

Foto: unknown

Thursday, 4 October 2012

Bem me Ker...Mal me Ker


Bem me ker, mal me ker
...Mentiroso e' quem nega que nunca o fez



  Mesmo sem uma petula de chance
em ter quem você deseja
Mesmo que esse mesmo desejo
se recusa em te chamar
de “o meu bem querer”


Bem me ker, mal me ker
...Bem me ker, mal me ker...
Bem me ker, mal me ker...


(A. Kandimba)



Wednesday, 3 October 2012

Abaixo o Eurocentrismo!



 Eurocentrismo

O eurocentrismo como uma visão de mundo que tende a colocar a Europa (assim como sua cultura, seu povo, suas línguas, etc.) como o elemento fundamental na constituição da sociedade moderna, sendo necessariamente a protagonista da história do homem.

Acredita-se que grande parte da historiografia produzida no século XIX até meados do século XX assuma um contexto eurocêntrico - mesmo aquela praticada fora da Europa. O revisionismo histórico ocorrido nas últimas décadas, por intelectuais como, por exemplo, Edward Said, tendeu a reverter esta visão de mundo, em busca de novas perspectivas.

O eurocentrismo manifesta-se como uma espécie de doutrina corrente no meio acadêmico, que, em determinados períodos da história, enxerga as culturas não-européias de forma exótica ou mesmo xenófobo. Foi muito comum principalmente no século XIX, especialmente por ser um ideal do Darwinismo social que a humanidade caminhasse para o "modelo europeu", e deixou alguns traços sutis, tais nos mapa-múndi da projeção de Mercator.

Devido ao papel da Europa na formação da cultura ocidental, o termo "eurocentrismo" é muitas vezes confundido com ocidentalismo.

(http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/eurocentrismo.htm)

Foto: The Belleme family blog

Wednesday, 26 September 2012

Rua do Poço dos Negros: Lisboa também já foi um Valongo!

“O El Rei D. Manuel I mandou abrir um poço para onde eram lançados os escravos negros, que morriam pela cidade de Lisboa.



Os cadáveres dos escravos eram atirados em montes pela saida da cidade ou para os grandes quintais dos arredores.


Para acabar e evitar as epidemias, tomou o Rei a decisão de mandar abrir um poço (ou Vala) para funcionar como cemitério dos negros, já que quando morriam não tinham direito a serem enterrados nos espaços das Igrejas.”


(Ruas de Lisboa com alguma História)

 

 


Rua do Poço dos Negros - (c. 1900) - Fotógrafo não identificado (Senhoras passeando junto ao Palácio Flor da Murta) in AFML



De acordo com Júlio de Castilho, a origem deste topónimo pode encontrar-se numa carta régia de Dom Manuel I -13 de Novembro de 1515 -, pela qual o rei pedia à cidade de Lisboa que construísse um poço para colocar os corpos dos escravos mortos, sobretudo na época das epidemias.

Diz a carta que os escravos chegavam a ser lançados «no monturo que está junto da Cruz [de Pau a Santa Catarina] q[ue] esta no caminho q[ue] vai da porta de santa C[atari]na p[ar]a santos,» para a praia.

Para evitar as consequências dos cadáveres insepultos, o rei considerava «q[eu] ho milhor remedio sera fazer-se huu[m] poço, o mais fumdo que podese ser, no llugar que fose mais comvinhauel e de menos imcomvyniemte, no quall se llãçasem os ditos escravos» e que se deitasse «alguma camtidade de call virgem» de quando em quando para ajudar à decomposição dos corpos.

A Câmara de Lisboa teria cumprido a ordem do rei construindo um poço no caminho para Santos,
também conhecido como Horta Navia.


(Freguesia: Santa Catarina)



CASTILHO, Júlio de, A ribeira de Lisboa: descrição histórica da margem do Tejo desde a Madre de Deus até Santos-o-Velho. IV Volume, Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1940, p.152.
CASTILHO, Júlio de, Bairro Alto. III e IV Volume, Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1940.
CASTILHO, Júlio de, Lisboa antiga: bairros orientais, IV, V, VII, XI, volume, Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1937.

Tuesday, 18 September 2012

Ohuita (Curiosidades e relíquias do planalto de Benguela)

A juventude da povoação de Chivinga, orgulha-se em fazer roncar um pedaço de tronco de árvore, algo entre o oco, o escavado e o surdo...Seja fora ou dentro de momentos de caça para atrair animais, momentos festivos, momentos de comunicação entre povoações e aldeias, ou mesmo específicas ocasiões cerimoniais e espirituais.





A Ohuita ou simplesmente huita, um tambor de fricção tradicional dos povos Ovimbundu do centro e sul de Angola e, típico das expressões culturais do ramo Banto no continente Africano, e’ tocado com uma vara de madeira que se encontra dentro do tambor e presa à pele.

O artista molha as mãos e esfrega-las ao longo da vara, produzindo sons normalmente de rugidos semelhantes ao ronco.

Ohuita...huita...pwita...Cuíca!

(A. Kandimba)


 

Fontes: Music of the Ovimbundu




Wednesday, 12 September 2012

Chiseya e os três Ngomas (Curiosidades e relíquias do planalto de Benguela)

Para evocar os espíritos da Chiseya, os povos Ovimbundu do planalto central de Angola, pedem humildemente e com bastante insistência um boi, uma galinha e uma ave. Daquelas aves que se vê voar bem perto das nuvens. 

 



 Chiseya é uma música de dança em que homens e mulheres se reúnem em duas fileiras opostas.  Forma-se um par em uma extremidade e dança-se entre as linhas até que se atinge a outra extremidade.

-E quando se sacrificam os bichos?

Pensam os curiosos que desconhecem as leis, os costumes e hábitos dos povos do planalto de Benguela.



Bem, como toda dança tem a sua musica e toda musica e’ normalmente acompanhada por um instrumento, explica-se a quem veio de longe, com muita paciência, o paradeiro dos bichos.

O grupo de percussão consiste de três tambores.


O tambor grande é chamado omungomba, a voz do boi. Ele dá o ritmo básico. O tambor médio, chamado de otchipapo, a voz da galinha, faz a função de solista...narrativo, enquanto que o pequeno é chamado de ohenjengo, a voz da ave, preenchendo o ritmo...nos agudos.

E esta, hein?!

(A. Kandimba)



Foto: Uli Martini
Fonte: Music of the Ovimbundu (1972)

Sunday, 26 August 2012

Fortunata, uma princesa Bakongo em Porto Alegre

Contam os rugidos dos leões da história, dum passado recente que, por traição de um inimigo, uma das filhas do Rei do Kongo caiu vítima das mandíbulas e as garras diabólicas da ganância...Acorrentada no porto de Benguela, em Angola.





Fortunata Nkanga a Mvemba, de corpo e alma, posterior Fortunata Joaquina da Encarnação da Costa Conde Faustina, de desdém e angústia, foi destinada e subjugada ao trabalho doméstico, em Porto Alegre, Sul do Brasil.

Porém, por impetuosa exigência do seu pai, os sonhos da princesa de retornar a subir e descer a montanha sagrada de Kibangu, aonde a crença fervorosa da jovem rebelde e profetisa Kimpa Vita se destacou, mergulhar nas águas milagrosas do rio Nkisi, de correr e de se perder pela floresta de Mayombe, livre e nos braços dos seus ancestrais, se transformaram em realidade.

A princesa foi retornada à sua terra santa, Mbanza Kongo, em 1825.

Que impressão teria deixado a princesa criança entre os seus irmãos e irmãs de Porto Alegre? Que estórias e testemunhas, persistências e resistências dos seus viveres teria levado consigo?

Oxalá que essas mesmas estórias se tornem pesquisas de grandes e lúcidos historiadores, rimas de poetas aventureiros e canções de cantores cobiçosos, para que,  perante os olhos do mundo, a princesa jamais se tornará invisível?

(A. Kandimba)


Imagem:  Folk Tales And Fables Of The World (Barbara Hayes & Robert Ingpen).
Fontes: Arquivo historico BPN, Lisboa - Portugal



Wednesday, 8 August 2012

VAMOS SAMBAR QUE E' BOM!!!!

Várias definições da palavra Samba em Angola


Kikongo do povo Bakongo, Norte de Angola = Invocar, orar, rezar, etc...

Nyemba do povo Ngangela, Leste de Angola = Pular, cambalhotar, divertimento, etc...


Kimbundu do povo Ambundu, Norte e centro de Angola = Animação, celebração, excitação.

Umbundu do povo Ovimbundu, Centro e Sul de Angola =Efervescer, agitado, pedir, suplicar, etc...




Kusamba...Samba!Samba! = Expressão de sentimento irresistível de alegria. (Povo Ngangela)
VAMOS SAMBAR QUE E' BOM!!!!
(A. Kandimba)


Foto: Makishi, dançarino/divindade/espirito das tradi
ções Bantu. (Angola, Kongo, Zambia, etc)
Fontes: tradição de Angola
John T. Schneider


Saturday, 4 August 2012

O plano secreto entre Israel e Angola: o envio de judeus da Etiópia

As nuvens rondam pelos ares, num clima tipo "xe' menino, não fala política".
A precipitação prevista o interrogativo "Num te disse?".

Se me perguntarem o que acho disso tudo,  eu simplesmente responderei que, pelas discriminacões de caráter baixíssimo que vêem a sofrer em Israel, os nossos irmãos e irmãs são mais que bem vindos, desde que Angolanos nao sejam forçados a deixar as suas terras e dos seus antepassados.

No passado fomos vitimas de imigracões indesejáveis.  Hoje posso afirmar com muito orgulho que, quanto mais  "Africanos" no nosso pais, melhor...
(A. Kandimba)


                                                Foto: Nathan Jeffay




Por Ribeiro Cardoso
Tal&Qual, 03.09.1993



«O plano foi negociado secretamente – e prevê a instalação de colónias-modelo em Angola. Judeus negros vão chegar ao ritmo de 100 mil por ano. Serve às duas partes: Israel resolve um problema e Luanda esfrega as mãos de contente.»


Milhares de judeus negros, que há poucos anos foram da Etiópia para Israel, preparam-se para “invadir” o sul de Angola. Mais concretamente, o Cuando Cubango, que pode virar o “celeiro de África”. Para que isso aconteça falta apenas que a situação no terreno o permita – e já não deve faltar muito, pois Telavive, Washington e Pretória estão apostados nisso mesmo. E Luanda está de acordo, pois claro.

O compromisso foi assinado há alguns meses e mantido em rigoroso segredo. E não prevê apenas judeus negros nem exclusivamente o Cuando Cubango. Isso é só numa primeira fase. Atendo ao que se está a passar no Médio Oriente e ao que se passou nos países de Leste, Israel prepara-se para mandar judeus para Angola ao ritmo de 100 mil ano.

Na sequência de contactos que se iniciaram quase por acaso há cerca de quatro anos e acabaram no estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países (ver caixa), Israel mostrou disponibilidade e interesse em avançar com projectos comuns de desenvolvimento agro-pecuário.

À fome juntava-se a vontade de comer. Isto é, tudo se conjugava para que o acordo se efectuasse e tivesse êxito – Telavive tinha o know how e muita gente para colocar o plano de pé (cada vez há mais judeus do Leste a quererem ir para Israel), mas não tinha terra; Angola, por sua vez, tinha terra a dar com um pau, mas não possuía técnicos nem experiência no campo da agro-pecuária.

No que ao Cuando Cubango respeita – uma área semi-desértica duas vezes maior que Portugal – foi elaborado um grandioso projecto de aproveitamento das águas dos rios que permitirá a irrigação permanente do solo e duas colheitas anuais.

Para que o projecto possa ir para a frente falta, porém, resolver um “pequeno” pormenor: acabar a guerra. Nem mesmo aos judeus falashas – os judeus negros que há alguns anos atrás, com o acordo do então presidente Mengistu, Israel transferiu em massa da Etiópia – estão dispostos a avançar para as terras prometidas do Cuando Cubango enquanto os canhões continuarem a ter voz.

Ora, as eleições foram um sinal de esperança – mas no final não passaram de um pesadelo. E com o comportamento da UNITA chegou ao fim o tempo das dúvidas, das hesitações, do jogo duplo de algumas potências sempre atentas e/ou envolvidas no conflito – pelo menos ao que parece.

De acordo com as informações recolhidas pelo T&Q em meios diplomáticos, a cooperação de Telavive com Luanda, nomeadamente nos campos militar e das informações, tornou-se a partir daí mais profunda: a Mossad, há muito instalada discretamente no terreno, deu indicações preciosas que evitaram a tomada do aeroporto de Luanda pelos homens de Savimbi; os conselheiros militares israelitas desembarcaram em maior número na capital angolana; e nos céus de Angola há agora alguns experimentados pilotos judeus.

Ao mesmo tempo, e a provar que algo de fundamental mudou na guerra Angola, Pretória está em sintonia com os seus amigos israelitas – e o satélite americano que até há pouco estava ao serviço da UNITA dá agora informações ao governo de Luanda, permitindo que a artilharia e a aviação das FAA atinjam em cheio os seus objectivos.
É neste contexto que, embora por enquanto apenas em sectores muito restritos, começa a falar-se com algum pormenor do acordo Israel-Angola. Um acordo que, pelas suas implicações e dada a situação internacional existente, pode revelar-se decisivo para o desfecho da guerra angolana.

Mas o mais curioso de tudo é que o interesse dos judeus por Angola não é novo. No tempo da I República, a Organização Mundial Sionista, com sede em Viena, apresentou uma proposta concreta ao Governo português para “a compra do Estado de Angola” (sic). E mais tarde, na segunda metade dos anos 30, numa iniciativa a que a Sociedade das Nações foi alheia, Stefan Zweig veio a Portugal, ao que consta, com idêntica finalidade. Nessa altura havia já muitos judeus perseguidos na Alemanha e Angola foi uma das hipóteses avançadas para terra prometida.

Por uma dessas ironias em que a História é fértil, ainda que de contornos diferentes e com actores que então nem pensavam subir ao palco – os judeus negros da Etiópia – podemos estar hoje a assistir àquilo que não foi possível concretizar meio século atrás.

Fonte: Blog Nonas



Tuesday, 31 July 2012

A carta da Rainha (Ngola) Nzingha

                                  C. 1583 - Matamba, 17 de Dezembro de 1663


A rainha Nzingha/Jinga/Ginga foi uma soberana Angolana durante o seculo XVII, dos reinos de Ndongo e Matamba e, que deu a vida em prol da luta contra a invasão colonial portuguesa.

Foi do título real da mesma, Ngola, da lingua Kimbundu, que se denominou o país.

Existem diversas cartas escritas e ordenadas por ela. Cartas essas que foram registradas por missionarios capuchinos (ordem religiosa Italiana). 

Neste dia 31 de Julho, dia Internacional da Mulher Africana, e' importante relembrar quem realmente a rainha foi. (A. kandimba).


Carta intregal de Nzinga Mbandi feita em 1626 a 03 de Fevereiro desde Kindonga:



«Eu vos saúdo daqui de Kindonga, Sr. Bento Banha, aonde de certeza vós não me achareis já. A mim e á minha corte comigo. estamos a caminho das terras altas deste nosso rico país, lá para as montanhas. Aí, sim me achareis. Mas de arco e lança na mão, e lanças peçonhentas, pois continuaremos a apeçonhar as nossas lanças, e com a pior espécie de peçonha que pode haver debaixo do céu. Rogo a v/fineza ide isso dizer ao que vos manda.

Ao v/Governador, Sr. Fernão de Sousa. Ide dar-lhe este meu recado. E dizei-le também que o nome de ANA DE SOUSA que o outro me quis oferecer não pegou. Não podia pegar.

O mesmo sucede com as minhas irmãs, a KAMBU não quer o nome de Bárbara, a Fuxi manda dizer que seu nome é mesmo Fuxi. que ide aplicar o nome de Engrácia às vossas filhas que is parindo, vós outros. Mau grado os esforços  todos meus  para uma possível conciliação entre vós e nós, e nós, entre as vossas coisas e as nossas.



Mas gostaria eu de vos perguntar se já vos capacitastes todos de que estais a bater-vos por uma razão de que nunca saireis vitoriosos. Talvez seja melhor lembrar-vos de que os filhos de meu pai não desistirão jamais de combater, hemos todos de lhe seguir o exemplo. A todo custo defenderem-los a Independência e a liberdade da terra de nossos  pais e avós. O fogo dos nossos pais. Os filhos, as mulheres , os servos, os bens. As nossas montanhas os vales, as campinas, as nossas matas. As árvores, as mulembas, os rios. A nossa terra. Que adoramos de toda e receamos que se venha a transformar para a vossa corrupta maneira de ser, sabido que vencedores não nos sereis. Mesmo   com um filho de nosso pai  a ajudar-vos, comboiando alguns bons  dos nossos, hemos de vos defrontar.

Armas não nos faltarão, e povos haverá neste mundo capaz de acudir a um apelo nosso, para vos correr com ferro e fogo. Já que a bem não quereis ir-vos daqui, e tão pouco querei portar-vos como um hóspede se deve portar em casa alheia, ou um amigo em casa amiga. O meu povo não quer cá na sua terra gente dessa natureza.



Juro um ódio de morte a vós todos.

Ao v/Governador, à v/raça; à v/Igreja. Aos v/Padres que trazem muito a Deus na boca, com a malvadez no coração. Blasfemos! Feiticeiros! A v/arrogância está a ensinar-me que um outro caminho não hemos nós de seguir que não este:fogo e ferro.


Termino desejando-vos a mais perfeita saúde, sr. Bento Banha Cardoso, para nos avistarmos um dia».

                                                                                        
Ass): Nzinga Mbandi Ngola.




Foto: Rainha Nzingha Expo 2010 Shanghai, China (Damianne Presidente)
Fontes: Etumbuluko Lye Limi Lyumbundu

Para mais Informacoes em relacao as cartas escritas pela rainha, pesquise os trabalhos de John K. Thornton.

Outros links:
http://www.africafederation.net/Ndongo_History.htm

http://spiritosanto.wordpress.com/2012/06/20/preto-novo-preto-veio-na-pista-a-busca-do-lenitivo-da-dor/pipe-jinga-fuma-cachimbo/

Wednesday, 25 July 2012

Os Bantu no antigo Egito

Passei umas boas horas tentando traduzir uma parte das longas e intensas pesquisas feitas por vários pesquisadores, pouco conhecidos, estudiosos do antigo Egito e, as origens dos povos designados de Bantu.
 

Achei interessante termos um outro ponto de vista, por mais estranho que nos pareça. E como sempre digo, quem perde realmente são os que nao falam o inglês. (A. Kandimba)


=================================================Os Bantu no antigo Egito

Unidade de pesquisa para a antecipação da antiga língua egípcia.


Pesquisado por Ferb Somo, 30 de Junho 2008.


BATU, THE BANTU
                   Cidade Sudanic:  Situação desconhecida

Pela primeira vez o conjunto de hieróglifos acima deixa uma
impressão indelével, que remonta à existência do povo Bantu durante tempos antigos, no Sudão e Egito. As seguintes variações na pronúncia da palavra 'Bantu' dá uma visão sobre como a palavra poderia ter sido pronunciada em diferentes línguas Bantu. A lista das pronúncias diferentes foi fornecida por Israel Ntangazwa. 
As variações delas são novas para mim.


                 Algumas variações na pronunciação das palavras:

                               'BANTU' O POVO
BANTU, BATU, ATHO, WATU, ATU,
ACHO, BOT, BANU, BANHU, ADU 

   



Os hieróglifos (em cima) soletra 'BATU' de acordo com a palavra corrente "BANTU". Os mapas abaixo traçam as possíveis migrações dos povos bantu. A origem dos povos bantu é uma questão
controversa e tem sido profundamente debatida. Abaixo seguem afirmações em que se questionam as idéias modernas sobre as origens do povo Bantu. No seu livro sobre a "Atualização de Origens
Bantu e a História Meru", o intelectual Queniano Alfred M M'Imanyara fornece a evidência da migração ao sul do Egito do povo Bantu.



A HIPÓTESE Níger-Congo

A hipótese do Níger-Congo desenvolvida por Joseph Greenberg sobre as línguas Bantu afirma que teriam originado na África Ocidental, nos Camarões, e migraram por toda a bacia do Congo, pela África Austral e Oriental.


Guthrie, por outro lado não se compromete, mas afirma que a dispersão Bantu está dentro de uma área elíptica em direção ao centro, na região da floresta da província de Katanga . (Congo-Kinshasa)


A hipótese do Níger-Congo precisa ser re-examinada levando em conta as tradições orais dos mais velhos membros dos grupos Bantu, do Quenia atual, que se lembram de uma migração ao sul do Egipto.


As seguintes fontes de migrações de alguns dos falantes Bantu no Quênia são tomadas a partir de:

i) Quênia um manual oficial
ii) História de África desde os primeiros tempos, um livro, AJ Willis
iii) Longman GHC, ES Atieno Odhimbo, John NBN I Were


Quase todos os povos bantu que vivem do Quênia relatam uma migração do Norte. O povo da localização Marachi são conhecidos por ter vindo de Elgon (Uganda/Quênia) embora outras clãs do mesmo grupo teriam vindo do Egito. Eles vieram do rio Nilo em canoas, ate Juja, Uganda e mais tarde mudaram-se para o leste  em direcção ao lago Victoria, mudando de curso até Asembo (Quênia) e separando-se dos Luo (Quênia, Sudão e Tanzânia) , que caminhavam ao longo da margem do lago, tendo o resto cruzado para o Sul de Nyanza.

Seguindo em direção ao norte,  tendo alcançado Butere (
Quênia), mudaram-se para Luanda* e para Ekhomo (Quenia). O povo Luo teria lhes seguido desde o Egito.


*
Creio sinceramente que o autor neste sentido se refere a Rwanda ou Uganda, fronteiras com o Quénia. (A. Kandimba)

O povo de Bukusu originalmente vieram do Egito em canoas. Tendo o povo da area Samia, a clã Abakhekhe e a clã Abachoni, caminhado.  (Todos do Quénia atual)


          Possíveis rotas de migração dos Bantu do centro de Sudão



A literatura oral de origem Luhya, sugere uma migração em seus atuais locais a partir do norte. Praticamente todos os grupos sub-étnicos afirmam ter migrado primeiro do sul de Misri, ou Egito. Em um dos dialetos Luhya,  a palavra Abaluhya  significa "povo do Norte', ou “os Nordestinos”.

Outras fontes relatam que os seguintes povos Bantu, Luhya, Baganda, Nyarwanda e Rundi de Burindi, Kikuyu, e o Zulu, todos reivindicam uma migração ao sul do Egito. Além disso, existem muitos grupos de expressão linguísticas bantu da Tanzânia, Moçambique, Congo, Zâmbia, Malawi, África do Sul, que testemunham a migração sul do Egito. Há ainda grupos de pessoas da África Ocidental que migraram do Egito para a sua localização atual.


Além das tradições orais fornecidos pelos Bantu mais velhos, a prova também é baseado em linguísticos, históricos, estudos científicos e culturais realizados por Cheikh Anta Diop.

Os mapas seguintes foram retirados a partir do livro de Alfred M M'Imanyara “A Atualização das origens Bantu  e a História Meru ", publicado pela Longman Quênia, ISBN 9966 49 832 x

De acordo com Alfred M M'Imanyra os seguintes mapas mostram a terra pátria dos povos bantu originais no Egito.
Esta informação foi cuidadosamente derivada de fontes tradicionais fornecidas pelos anciãos Bantu no curso da sua pesquisa.





Eu gostaria de apoiar o trabalho de Alfred M M'Imanyara, compartilhando com ele a descoberta importante de hieróglifos, acima em que se menciona uma cidade Sudanic de situação desconhecida. É evidente que a cidade teria que ser chamada pela designação das pessoas que a habitavam, o "BANTU" ou o "BATU ', o povo.

                    Pátria original dos Bantu até 1500 A.D
            Sombreado carregado: Possível origem última da Bantu
             Sombreado leve: Área de expansão Bantu para o Egito







                Rotas de migração Bantu de Cush e da ilha de Meroe




                                       Migração Bantu



Embaixo, um dos exemplos das semelhanças entre o falar do antigo Egito e os idiomas do ramo Bantu. (A. kandimba)


Exemplo 1

Budge 331a, Samuel Mercer 153, James P Allen, 460, Faulkner 120
Antigo Egito: MTmacho, homen
 
Kiswahili-Bantu: MTU, pessoa, homen, masculino
 
Luvale-Bantu (Zambia & Angola): MUTU, pessoa, homen,
 




Nota: A fixação do Bantu na África Ocidental poderia ter sido um resultado de dois fluxos de imigrantes Bantu: um da bacia do Congo e o outro diretamente do vale do Nilo.

(Todo conteúdo pertence ao Prof. Ferg Somo)



Referências:
The Restatement Of Bantu Origin and Meru History. Alfred M M'Imanyara Longman Kenya
UNESCO General History Of Africa, Vol1,2
Egypt Before The Pharaohs. Michael A Hoffman
The Peopling Of Africa. James L Newman
Ancient Egypt and Black Africa. Dr Theophile Obenga       
Civilisation or Barbarism. Cheikh Anta Diop
The Children Of Woot. A history of the Kuba People. Jan Vansina
Indaba My Children. VusamaZulu Credo. Mutwa
Wikipidia
Languages Of Africa. Joseph H. Greenberg