Monday 5 August 2013

O mito Marimba: A Mãe da Música




Debaixo de uma jovem árvore musharagi, ao lado do rio, ascendeu um flamingo sagrado para o ar com cheiro de floresta. . . . E então ela apareceu, o Espírito de beleza personificada, irradiando uma beleza que falava de um Deus em sua alma.

A sua cara sensível com olhos iluminados analizando o mundo, com uma expressão de admiração profunda. O seu traje era simples: uma saia de pele de chita bronzeada, enfeitada com búzios, colar e pulseiras de cobre, gravada com símbolos de sabedorias secretas.

Esta foi a mulher que deu as tribos algumas das canções mais antigas e belas do planeta e que inventou inúmeros instrumentos, cada um destinado a levar o seu nome de uma forma ou de outra...Marimba, a Mãe da Música.




Mas uma maldição lhe tinha sido colocada pela Deusa noturna do Mal, a Mãe dos Demônios, que se aproximou dela para lhe tornar em uma das suas servas na terra das trevas. Contundo, a Marimba se recusou a fazê-lo. Ela manteve-se firme e se recusou a sucumbir às forças do mal, reconhecendo que era a sábia governante da primeira tribo governada não pela força, mas pela sabedoria e amor. Ela manteve-se firme em sua crença de que era suficientemente forte. Forte para resistir qualquer ataque, por ser abençoada com o poder da música, e então superar o mal..,

E assim, com o passar dos dias, Marimba guiou o seu povo a inventar instrumentos musicais a partir de armas dos inimigos e ferramentas cotidianas. Tambores eram feitos de morteiros vazios, arcos e harpas de arcos de caça, e marimbas de armadilhas de animais. Em vez de pegarem em armas, ao serem confrontados com a guerra, ela encorajava a se desfazerem das armas e dançar.

E então, enquanto o sol nascente lentamente enviava os seus primeiros raios para banhar as cabanas da comunidade, o povo da aldeia ficou espantado com os sons que fluiram da voz de Marimba, quando ela começou a cantar, pois nunca antes tinham ouvido tal som - um som do outro mundo jamais ouvido. Um som que flui pelo anoitecer silencioso como um rio de prata através das florestas escuras e penetra nas profundezas da alma.

"Leva a minha música nas asas da sua luz
Mantenha os meus refrões até os confins do mundo. "


Texto original de Credo Mutwa (Curandeiro tradicional e profeta Zulu)

Traducao e pesquisa: A. Kandimba