Sunday 12 February 2012

Estudar e’ um dever Revolucionário 2 : Bula Matadi e Mutu-YA-Kevela

Desfolhando e apregoando, pela segunda vez, as páginas dos livros guardados, mas longe de serem ignorados, dentro do baú da minha infância.

Para que os nossos heróis e heroínas sejam louvados e as nossas batalhas honradas eternamente.


Bula Matadi

Houve um aristocrata (Mwata) que vendo o perigo que corria o seu povo, fez uma guerra de resistência para que não fossem explorados e dominados pelos portugueses. Vejamos como se desenrolou a guerra da resistência chefiada por Bula Matadi no Reino do Congo.

O povo queria obrigar o rei a expulsar todos os portugueses e assim acabar com as suas intrigas que enfraqueciam o reino. A revolta foi chefiada por Bula Matadi. Ele conseguiu mobilizar o povo de todo o reino contra o rei do Congo.

Os portugueses intervieram militarmente ao lado deste rei, conseguindo, depois de muitas batalhas, vencer a resistência. Bula Matadi foi morto no último combate. Ele, apesar de ser aristocrata, foi capaz de lutar pelos interesses do povo. Este herói não deve se esquecido pelo povo angolano. A revolta de 1570 foi uma revolta popular contra a presença dos portugueses e contra os aristocratas seus aliados.

Mutu-Ya-Kevela

Os colonialistas em 1902 tinham ocupado grande parte do território angolano. No planalto alguns comerciantes portugueses conseguiram fixar-se em busca de milho, cera e borracha. Alguns fortes tinham sido construídos no huambo e Bie para apoiar as trocas comerciais e tentar aos poucos a ocupação do local.

Mutu Ya Kevela era soma no tempo do rei Kalandula do Bailundo (1902). Nessa altura grande repressão ordenada a partir do forte do Bailundo. Mutu Ya kevela em 17/04/1902 afirmou ao representante da autoridade portuguesa que não reconhecia essa mesma autoridade. A partir daí Mutu reuniu todos os sobados e reinos do planalto e preparou-se para a guerra. Esta revolta, que se estendeu a todo o interior de Angola, foi contra o trabalho forçado que era praticamente o mesmo que o trabalho escravo.

A revolta chefiada por Mutu Ya kevela paralisou por completo o recrutamento de pessoas e o comércio por certo tempo. Toda comunidade com o litoral foi cortada, os comerciantes espoliados e mortos, os fortes foram atacados.

Nesse mesmo ano, Mutu construiu o seu acampamento de guerra a norte do reino do Huambo. As forças reunidas por ele somavam, talvez, os 6.000 homens. Mas a falta de artilharia e número suficiente de armas de fogo criou grandes dificuldades.

É de notar que os portugueses atacaram com três colunas militares, força essa que conseguiu abafar a revolta. Mutu YA Kevela morreu em Agosto de 1902 em combate. A prova de que o povo estava mobilizado para essa luta foi que a morte de Mutu não impediu que a revolta continuasse.

Esta revolta é mencionada por todos os historiadores da África como uma das grandes revoltas contra o colonialismo. A luta pela expulsão do invasor colonialista, pela abolição da escravatura e a exploração, vem de longos anos, como nos mostra a História.

Por isso devemos render homenagem a esses heróis que nos antecederam pela sua bravura, coragem e decisão.

"Iniciação a história de Angola", ensino de Base 4ª classe, escrito pelo Ministério da Educação."