Monday 16 July 2012

A caste maldita e a redenção de Cam


Quando alguem me xinga de racista, principalmente um branco, apesar de ser um insulto para com a minha pessoa, nao me incomoda tanto assim. Conheco a mentalidade por experiencia desde os meus 9 anos de idade em Lisboa. Era so' nao aceitar ser racialmente ou culturalmente humiliado e me xingavam a torta e a direita com a palavra.

Descrevendo, o tipo que te chama de macaco, escarumba, fazia comentarios como:

-E' preto e estupido!...Ou cantarolava "preto da Guine' lava a cara com chule'!

...Tudo, bem me parecia, por mero prazer. E depois de receber um murro no meio da boca, ou uma boa cabecada no queixo, optava por me xingar de racista.

Nem me dava a chance de lhe xingar de branco filho de umas e outras! Se ao menos, ne'? Mas nem isso!

O caso dessa vez e' sobre um tipo chamado de To' Faria, la' no grupo Pioneiros de CaboVerde. A besta sera' chamada de To' Mane' aqui na minha pagina e para tbm terem uma pista sobre as suas verdadeiras origens.

O To' Mane', que nao cansa de me xingar de racista, acho ate' que virou esporte para a besta, tem o vicio de elogiar a miscigenagem, com provas fuleiras de DNA e afirmacoes que pretos sao apenas 30% da populacao Cabo verdeana...Ele adora elogiar paises latinos e o Brasil como puros exemplos de uma sociedade sem racismo, a democracia racial, e que todos tem antepassados Europeus e Africanos.

Por alguma razao esquece o exterminio dos Indios.

O mesmo, adora dizer que pretos em geral devem esquecer o passado, a sua Historia.

Acho que ate’ anda meio desesperado e postou o discurso do Reverendo Martin Luther King, “Eu tenho um sonho". Rssss...Coitado do nosso rei na boca de uns e outros...Lacaios!

Quem nao sabe sobre a Historia de cabo verde deve pesquisar um pouco e ficara' xocado com os horrores impostos aos africanos e os seus descendentes, ficara' xocado com a lixeira humana enviada pelos Europeus, criminosos, estrupadores, pedofilios, para povoar as Ilhas, as centenas de mulheres africanas principalmente do Sudao que foram assassinadas e os seus filhos “mulatos” deixados por la’ tbm para povoar as ilhas...como aconteceu em Nova Zelandia, Australia e no Brasil.

O To’ Mane’, faz parte de um grupo de pessoas que chamo de “casta maldita”.

Um grupinho embebedado pelas ideologias racistas e selvagens lusitanas e latinas de seculos passados, espalhados pelos paises africanos de lingua oficial portuguesa, Angola, Mocambique, Guine B., Sao Tome’ e principe, pelo Brasil, e claro, Cabo Verde.

Essa casta e’ um perigo infernal,  pelo fato de que geralmente se encontram em posicoes economias e sociais bem superiores aos outros e muitos escrevem os livros historicos.

Essa mesma casta que no passado convidou o Gilberto Freyre para Angola e Cabo Verde, para se aprender e se aplicar as mesmas taticas do embranquiamento e mito da democracia racial, como aconteceu no Brasil.

O fato de ser raro ver um preto latino no governo ou mesmo na televisao nao lhes incomoda.

Eles, a casta maldita, que orgulhosamente afirma que os negros devem esquecer o passado, algo que nem se aconselha a um bicho, nunca se lembram de dizer a um judeo para esquecer o Holocausto. Algo Imoral.


O problema aqui e’ o seguinte.  Quem e’ preto ou sei la’, e tem pai branco ou avos, claro que deve ter o seu orgulho, mas nao me venha com conversas fuleiras como por exemplo,  o sangue branco nas veias dos pretos deve ser celebrado porque somos todos Europeus e Africanos, como se as mulheres africanas tivessem consentido,  abrindo as pernas delas por gosto, quando os africanos e seus descendentes foram “propriedade” dos Europeus por quase 400 anos.

A questao nao e' sobre sangue puro. Ora, nao existe tal coisa! E mesmo que os tais colonialistas lusitanos foram subjugados durante 700 anos por povos de cor.

Porque nao fazem esses testes por la'? Portuga, Espanha, Italia e companhia? Porque nao e'  necessidade deles! E espalhar tal informacao pela Africa afora tbm nao lhes convem!

E eu vivo no norte da Europa, eles nao sao considerados brancos por aqui. Como e' que um povo que nem e' considerado branco em sua casa quer definir quem e' ou quem nao e' preto ou mestico?

A questao e'
fenotipica! O racismo, no verdadeiro sentido da palavra, e o  racista, nao estao interessados em saber quanto sangue branco a Mayra Andrade ou a Sara Tavares tem nas veias. Elas fenotipicamente seram xingadas de macacas!



To’ Faria, vai para o inferno e enfia a tua cabeca e os teus testes de DNA la’ naquele lugarzinho, ta’?


Pintura: Redenção de Cam (Modesto Brocos) 1895 Rio de Janeiro.

Na pintura, há uma negra com as mãos para o céu, agradecendo o fato de seu neto ter nascido branco, visto ser fruto da relação de um homem branco com uma mulher mestiça.
O artista soube captar perfeitamente o desejo elitista de embranquecimento da população.

1 comment:

  1. A Redenção de Cam

    A Redenção de Cam é uma pintura a óleo sobre tela realizada pelo pintor espanhol Modesto Brocos em 1895. A obra aborda de forma crítica as teorias raciais do fim do século XIX e o fenômeno da busca do "embranquecimento" gradual das gerações de uma mesma família por meio da miscigenação. A obra encontra-se conservada no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.[1]

    O título é uma referência ao episódio bíblico da maldição lançada por Noé sobre seu filho, Cam, e todos os seus descendentes, conforme relatado no livro do Gênesis. Punindo Cam por zombar de sua nudez e embriaguez, Noé profetizou que o mesmo seria "o último dos escravos de seus irmãos". Conforme relatado por Alfredo Bosi, a crença popular de que os descendentes de Cam seriam os povos de pele escura de algumas regiões da África, além das tribos que habitavam a Palestina antes dos hebreus, serviu por muito como argumento de ideólogos e mercadores para validar, durante o período colonial e ao longo do império, o tráfico de escravos africanos para o Brasil. O pecado de Cam seria, assim, o evento fundador de uma situação imutável e a justa punição divina de todo um povo.[1]

    Na obra de Modesto Brocos, em frente a uma pobre habitação, três gerações de uma mesma família são retratadas. A avó, negra, a mãe, mulata, e a criança, fenotipicamente branca. A matriarca, com semblante emocionado, ergue as mãos aos céus, em gesto de agradecimento pela "redenção": o nascimento do neto branco, que será poupado das agruras e das memórias do passado escravocrata. A cena foi assim definida por Olavo Bilac: "Vede a aurora-criança, como sorri e fulgura, no colo da mulata - aurora filha do dilúvio, neta da noite. Cam está redimido! Está gorada a praga de Noé!".[1]

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