Para os “pretinhos” vindos de Angola como eu, não havia melhor momento de nos livrarmos das melodias que inúmeras vezes eram encantadamente celebradas, por meios de rimas, pelas crianças das ruas de Lisboa...com um pouco de ajuda dos nossos murros e pontapés, claro!
“Os Pretos da Guiné lavam a cara com chulé ” cantavam eles.
A novela “O Bem Amado” possuia o poder de silenciar as ruas mesmo antes do pôr-do-sol. Para mim se revelava a hora do show do Zelão das Asas!
No nosso cotidiano, por mais jubilante que as brincadeiras se tornassem, aquele momento era de ansiedade e sentimentalismo. Mexia com os nossos corações.
Assistir Milton Goncalves e sua ideia de voar pelos céus de Sucupira era crucial! Uma fonte de auto-estima!
O Zelão não era estúpido! E nele se refletia as images da fé e dignidade.
Por mais que eles nos tentassem desmoralizar chamando de Zelão a qualquer negro que passa-se, ele era o nosso orgulho secreto. Tanto quanto que preservamos esse titulo para um nosso irmão que fisicamente nos podia defender de intemidações.
E’ com bastante brio e quase lágrimas nos olhos que trago a memória da manhã seguinte em que Zelão triunfou;
Os branquinhos “ é pá o preto é maluco mas voou”...
E nós negros, brilho nos olhos, semi sorridentes...orgulho incógnito!
“Os Pretos da Guiné lavam a cara com chulé ” cantavam eles.
A novela “O Bem Amado” possuia o poder de silenciar as ruas mesmo antes do pôr-do-sol. Para mim se revelava a hora do show do Zelão das Asas!
No nosso cotidiano, por mais jubilante que as brincadeiras se tornassem, aquele momento era de ansiedade e sentimentalismo. Mexia com os nossos corações.
Assistir Milton Goncalves e sua ideia de voar pelos céus de Sucupira era crucial! Uma fonte de auto-estima!
O Zelão não era estúpido! E nele se refletia as images da fé e dignidade.
Por mais que eles nos tentassem desmoralizar chamando de Zelão a qualquer negro que passa-se, ele era o nosso orgulho secreto. Tanto quanto que preservamos esse titulo para um nosso irmão que fisicamente nos podia defender de intemidações.
E’ com bastante brio e quase lágrimas nos olhos que trago a memória da manhã seguinte em que Zelão triunfou;
Os branquinhos “ é pá o preto é maluco mas voou”...
E nós negros, brilho nos olhos, semi sorridentes...orgulho incógnito!
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