Wednesday, 11 July 2012

Quando a gramática degrade

Gramática

s.f. Conjunto de princípios que regem o funcionamento de uma língua. A gramática orienta como as palavras podem ser combinadas ou modificadas para que as pessoas possam comunicar-se com facilidade e precisão. Não é preciso que uma língua possua escrita para ser dotada de gramática. As línguas indígenas, por exemplo, embora sejam apenas faladas, têm seus próprios princípios de funcionamento.

dicio.com.br



Interessante...A expressão "Kilombo" na sociedade Argentina, tal e qual como a palavra sanzala em Angola e outros paises de língua oficial portuguesa, e' vulgarmente usada de uma forma pejorativo. Bem racista ate' diria!

Por la', do mesmo modo que em Uruguay,  a
expressão implica bagunça, algazarra, confusão, desordem, sujeira.
¡Qué kilombo! (Que desordem!)
Se va a armar kilombo! ( Havera' disturbios!)


Para os Venezuelanos, uma localização remota e de difícil acesso, enquanto que entre os Bolivianos, Chilenos, Paraguaianos e claro, os citados Argentinos, a palavra se relaciona com prostíbulos, lugares de prostituição.


Sabe-se que nos idiomas Bantu (Kongo/Angola), origem da palavra Kilombo, significa um certo tipo de comunidade. E no Brasil, com um pouco de ajuda do dicio.com.br, teriam sido Aldeias em que se concentravam os escravos que fugiam das fazendas, minas e casas de família, onde eram explorados e sofriam maus tratos. Os escravos, para não serem encontrados, escondiam-se nas matas, nos lugares mais inacessíveis, como o alto das montanhas e grutas. Aí se reuniam e levavam vida livre.

As pequenas aldeias eram também chamadas mocambos. Os maiores quilombos eram formados por vários mocambos. Seus habitantes eram chamados quilombolas. Enquanto durou a escravidão no Brasil, desde a colonização até o final do Império, existiram os quilombos.

Creio que todos nós devemos ter a obrigação moral e ética de infrentar a situação, excluir esse pensamento e expressões gramaticais degradantes das nossas sociedades.
     

(A. Kandimba)




*Foto do blog Torre da história ibérica: Um eumbo (kilombo), ou aldeia Kwanyhama. Os Cuanhamas pertencem ao grupo étnico dos Ambós, e ocupam a parte central do Sul de Angola, fronteira à Namíbia.

Fontes: http://buscon.rae.es/drae/?type=3&val=Kilombo&val_aux=&origen=REDRAE

Meu nome, minha identidade

Durante o tempo colonial em Angola, o colono Portugues, com o seu odio a cultura e rancor violente para com os costumes e tradicoes africanas, tentou oficializar, forçando a denominacao de todas as senhoras negras de “Maria”.

A revolta das comunidades provocaram centenas de mortos entre os camponeses da Baixa de Cassange. Isso nos anos 70.

A tradicao Africana diz-nos que os nossos nomes, de uma certa forma, sao as nossas identidades, as janelinhas das nossas culturas e do nosso ser. Os nossos nomes ligam-nos ao passado, nossos antepassados e se prolongam ate' uma parte das nossas espiritualidades.

Mas quem nao tem cultura nem espiritualidade talvez nunca entendera' do que se trata.

Nasceu de uma conversa com as irmas Tata Akilah Alile e Sara Santos sobre nomes africanos. Elas, la' pelo Brasil, desejam ter uma ligacao mais forte com os seus antepassados e estao despostas, ate' por lei, a ter um nome Africano.

Nao creio que Maria seja um nome negativo neste sentido, mas se o horror das ideologias coloniais se tivessem prolongando e espalhado pelo pais afora, teria acontecido um massacre "total" da nossa identidade e cultura.

Os poucos livros que existem sobre nomes Africanos, geralmente sao repetitivos e se concentram apenas numa parte do Continente. Sem ser da cultura Swahili, nao se encontra nomes Bantus, nomes do sudeste da Africa...muito menos de Angola.

Entao aqui vai a minha contribuicao. Comecei hoje, pesquisarei 100 nomes Angolanos, culturas espalhadas por Namibia, Zambia e o Congo posterioremente, por serem fronteiras e terem um significante numero de Angolanos, e pretendo publicar algo em 2014.

Por favor, nao tenham vergonha de me cobrar, ta'?

A. Kandimba

O Fogo


A morte não põe termo à sobrevivência comunitária.

"A pessoa que morre não extingue o fogo, os vivos continuam a servir-se dele – o fogo". 
Próverbio Ovimbundu (Angola)
Foto: Mumuila, Angola

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