Tuesday, 27 December 2011

Kandandu, o abraço fraterno Angolano

Palavra gerada do Kimbundu da nossa gloriosa rainha Ginga, a indisputável guerreira e N’gola (soberana) dos reinos Matamba e N’Dongo.

Não é apenas um mero abrir e fechar de braços...E’ um recado spiritual, prezado em sentidos, digno de estima, pilar da nossa humildade e hospitalidade perante um Ntu (ser humano).

Referente ao nosso respeito mútuo, filosofias, éticas e estéticas, poesias e conhecimentos científicos do mundo, através da nossa herança e sabedoria ancestral Africana.

Ka = o , a....Ndandu = Parente, primo (a).


Um Kandandu para todos, boas entradas...Feliz Ano novo.
A. Kandimba

*Ngola (plur. jingola) – Pedaço de ferro que a maioria das linhagens Mbundu detinha como importante insígnia de autoridade, a qual substituíu o lunga, estando associada ao povo Samba (Luanda); termo vulgarmente aplicável para designar o seu detentor, ou seja, o Rei/Rainha (t. kimbundu).

(www.multiculturas.com)

Tuesday, 20 December 2011

Para a Princesa, uma coroa e um Berimbau

O olhar e a aparência dominante por detrás dos cachimbos das mulheres do Sudeste Africano, são uma reflexão do poder feminino Bantu-Nguni.

E Apesar das inumeráveis estórias que transmitem a nova geração, não existem maiores contos do que as suas contribuições para com a cultura tradicional e contemporânea.

Princesa Magogo


A Dona Constance Magogo Dinuzulu foi uma Princesa Zulu, música, poetisa e uma autoridade em história, tradições e folclore do seu povo.

Nascida em 1900, foi filha da Rainha Silomo e do Rei Dinuzulu, neta do Rei Cetshwayo que foi uns dos sobrinhos do mais famoso rei do império Zulu, Shaka Zulu.

Ela foi uma compositora de música clássica Europeia e uma perita tocadora do berimbau tradicional (ugubhu), igualmente como o berimbau de boca (isithontolo).

Herdeira dos arcos músicas através de sete rainhas, as suas avós, a princesa continuou a desenvolver a sua carreira musical após casar-se, afirmando que foi um dos maiores desafios da sua vida.

O seu trabalho foi feito em grande parte das canções existentes e contos Zulu e ela estendeu-los em música acompanhada pelo ugubhu.

Falecida em 21 de Novembro de 1984, a princesa foi postumamente condecorada com a Ordem Nacional Sul-Africana de Ikhamanga em ouro, por uma vida de composição musical prolífica e um excelente contributo para com a preservação e valorização da música tradicional Sul Africana em dezembro de 2003.


A sua família: O irmão do seu bisavô, Rei Shaka Zulu (1787-1828); o seu avô Rei Cetshwayo (1826-1884) e o seu pai Rei Dinuzulu (1868-1913).

"Entre Gungas e kalungas"
A. Kandimba

Friday, 11 November 2011

Alfa Beta e a escravidão Indígena




Reparando bem essa de que índios eram rebeldes por isso não eram escravos soa ignorância é como tentar acreditar que zumbi se criou com valores católicos, queria saber qual é a intenção dessa versão esdrúxula.
Maicon Jackle



Confesso que como descendente de Africanos nunca me conformei, e quase se tornou num ditado popular, com a afirmação que os índios não aceitaram ser escravizados, ou que eles se suicidaram para jamais serem jubjugados nas suas propriás terras.

Parece-me que o peso da vergonha da tirania de ser propriedade e estar sob o poder absoluto dos então chamados senhores, foi cuidadosamente ponderado sobre a raça negra...

Com tais afirmações injustificadas, sinto que nós Africanos, os negros que foram sequestrados das nossas terras, basicamente teriamo-nos sentido confortáveis perante a humiliacão e tratamento sub-humano durante séculos, neste planeta chamado de terra.

Seria desumano negar o genocídio racial dos nativos dos continentes Americanos. Ao mesmo tempo e pelo mesmo caminho, eu me questiono:

-Quem escreveu a história?
-Terá sido o mesmo sistema que dizimo-los?

A. Kandimba

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Por Najla (9ºAno) Dia 1º de abril é o dia da abolição da escravidão dos índios!


“A escravidão pode ser definida como o sistema de trabalho no qual o indivíduo (o escravo) é propriedade de outro, podendo ser vendido, doado, emprestado, alugado, hipotecado, confiscado. Legalmente, o escravo não tem direito: não pode possuir ou doar bens e nem iniciar processos judiciais, mas pode ser castigado e punido.

Chegando ao Brasil, no século XVI, os portugueses encontraram diversas tribos indígenas. Os índios plantavam mandioca, algodão e milho. Alimentavam-se com o produto do que plantavam, e ainda, com a caça e a pesca. Teciam com algodão e trabalhavam a cerâmica. Tinham uma vida livre e autônoma e boas relações com os portugueses. Por isso, quando iniciou a exploração do pau-brasil, os índios ajudavam os portugueses, derrubando árvores e levando-as aos portos de embarque, trabalho grande e sem justa remuneração.

Iniciando a colonização do Brasil, os portugueses começaram a expulsar os nativos da terra, a capturar os índios, transformando-os em escravos, mão de obra mais barata do que os negros. Nesta escravidão, os índios foram vítimas da violência à sua dignidade e a perda da liberdade. A escravidão indígena começou em 1534 e foi até 1755. O fim desta escravidão se deu através das leis de 1755 e 1758.

O índio só deixou de ser escravo, quando existiram condições econômicas para comprar negros. Os trabalhos de catequese dos jesuítas se opunham à escravidão.




Para o desempenho dessas atividades econômicas, a mão de obra indígena era barata e essencial. A abolição da escravidão indígena ocorreu somente de forma definitiva depois, por iniciativa do Marquês de Pombal. Primeiro, por lei de 6 de junho de 1755, válida para o Estado do Grão-Pará e Maranhão. Depois, em 1758, a medida foi ampliada, por alvará, para o Brasil todo.

Hoje, em todo o país, os índios se distribuem por 556 áreas distintas, e ocupam uma superfície total de 83.507.923 hectares – o equivalente a 9,81% do território nacional.

Calcula-se que existam no Brasil 215 etnias indígenas conhecidas, com uma população total de 325.652 pessoas (dados de 1997). A quantidade exata, no entanto, é muito maior, pois existem inúmeras sociedades isoladas e desconhecidas.


Obs.: Alguns sites apresentam o dia 1o de abril de 1680 como o Dia da Abolição da Escravidão Indígena. Nesta data, o rei de Portugal publicou mais uma lei que acabava com o cativeiro dos índios no Brasil. Para o professor José Ribamar Bessa Freire, a lei foi mais uma “pegadinha” de 1o de abril e fez parte da luta entre colonos e jesuítas pelo controle da mão de obra nativa.”

Monday, 31 October 2011

AfroCariocas




Português e Inglês (Portuguese & English)

AfroCariocas

A fim de combater o racismo e as desigualdades economicas e sociais dos negros, o ano de 2011 foi nomeado pela ONU (Organização das Nações Unidas)como o ano internacional dos descendentes de Africanos.

Depoimentos sobre a experiência de quatro negros, nativos da cidade do Rio de Janeiro e uma estudande nigeriana.

Apoie o projeto kandimbafilms@gmail.com
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English

In order to combat racism, economic and social inequalities, the year 2011 has been appointed by the UN (United Nations) as the International Year of African descendents.

The experience of four black people, natives of the city of Rio de Janeiro and a Nigerian student.

Support the project kandimbafilms@gmail.com

Website:
http://kandimbafilms.wix.com/afrocariocas

Sunday, 25 September 2011

“A vingança das carapinhas, afros, black powers, crespos e dreadlocks”...Trança-se os cabelos mas não os miolos: PARTE 4-FINAL

Foto: Camella Wilson
Um dia, em tempos já muito remotos, quando os animais e os homens ainda eram todos bons e não faziam mal uns aos outros, a Na Ndumba foi procurar a Na Mbalu 
e disse-lhe:

 - Salve, Senhor Coelho. 

- Salve também a vós, Senhora Leoa.

(adaptação da fábula lunda/chokwe, Angola)



O episódio deu-se durante a minha infância, academia das minhas inspirações e sinfonia das minhas idéias.

Após uma refeição na casa de amigos, a família, o pai, a mãe e três filhos, terminaram por satisfazer as suas curiosidades e desejos, trocando de vez em acariciar a minha pele.

Estranhamente, não teria sido a primeira vez.
E a mesma fascinação foi prolongada pelo tocar e o amaciar dos meus cabelos, em admiração deslumbrante!

Fui testemunha do brilho, da luz viva e da vivacidade de espíritos nos seus rostos.

Senti-me como um objeto....sagrado!


A futuridade trouxe muitas outras experiências, mas nem todas foram do meu agrado.

Os nossos cabelos encaracolados, por vezes recusados por nós próprios, nos idiomas dos nossos antepassados refletem um respeito profundo e dignidade da nossa aparência.

Desde o idioma Suazi ao Swahili, o significado da palavra cabelo é usado no mesmo contexto que o algodão, lã ou colmeia (cortiço de abelhas preparada naturalmente por elas).

Em Angola, existem vários povos bantos que denominam as nossas carapinhas, afros, black powers, crespos e dreadlocks, divinamente de Kindumba.

“Ki” sendo um prefixo de aumento e “Ndumba” a palavra para identificar o destemido Rei Leão.

Kindumba, a juba do leão, cabelo de negro...


A palavra é usada para ambos os sexos, sendo um dos símbolos favoritos de beleza e liderança entre muitos  povos africanos.

Sinônimo com guerreiros e imperadores, riqueza, poder, autoridade, fraternidade, fortes laços familiares, força, coragem, energia, auto-realização, energia feminina, cooperação, comunidade, criatividade, intuituição, imaginação, auto-controle, força pessoal, equilíbrio, lealdade, justiça, sabedoria, ferocidade, sol nascente, enfim...

                                         Foto: Marianne Rocha

Nós somos reis e rainhas, príncipes e princesas e os cabelos que nos acompanham desde o dia em que nascemos são as nossas coroas.

Não devemos permitir nem adotar doutrinas, modos de vida ou religiões, em que somos impedidos de reverenciar os nossos ancestrais.

Que seja o nosso dever infinito e obrigação em honrá-los,  juntamente com os legados herdados, começando por reconhecer e valorizar as nossas expressões culturais em todo esplendor.


"Enquanto o leão não contar a sua história, a glória será sempre do caçador"  Proverbo africano.

 

Thursday, 22 September 2011

Trança-se os cabelos mas não os miolos PARTE 3

“Toda mulher negra tem uma estória sobre tranças com missangas coloridas ou de búzios.”


A Dona Carmen  Wijk é uma vizinha idosa, neta de escravos do suriname, antiga Guiana Holandesa, no sul do continente Americano.

Com 86 anos de idade, tem mais de mil estória que contar, claro.

Qualquer audiência serve e os relatos são quase sempre infinitos.

O que mais me impressiona sobre ela, seria uma das suas fotos dos tempos de outrora, que insiste, de um modo repetitivo, em me mostrar.




O retrato é de uma avó africana, conhecida entre familiares como avó Cambuta. A avó Cambuta ensinou-lhe a manha de entrelaçar os cabelos.

De acordo com a Dona Carmen, por mais negativa que a experiência tivesse sido para algumas meninas, as mulheres das famílias plantaram nelas o que viria a ser um ponto crucial no reencontro com as suas raizes africanas.

A senhora procedeu em contar que todas as suas filhas, netas e bisnetas fizeram e ainda fazem uso das missangas, de acordo com as suas cores preferidas, refletindo as suas personalidades.

Adoro quando ela recita o que considero poesia:


“Quem não se lembra do Mister I just called to say I love you e as
suas tranças com missangas e pedaços de bambu? O Stevie foi um dos motores por detrás do nosso orgulho...Ai daquele que me vier falar mal dele!”.


São tantas as perguntas que me faz, quase sem deixar espaço para respostas, que da última vez que me encontrei com umas das suas netas, dei-lhe um pedaço de papel com todas as informações que conheço.

Nota:

Cara Dona Carmen Wijk ,

Na diversidade e agilidade da vida, nem sempre somos sortudos em encontrar explicações para tudo que seja parte do nosso cotidiano.

Mas as missangas, como os búzios, sempre fizeram parte da expressão da nossa beleza.

Achei fantástico quando mencionou que todas as suas filhas, netas e bisnetas usam missangas de acordo com as suas cores preferidas e que refletem as suas personalidades.

Desde os povos Kwanyamas do sul de Angola, aos Xhosas e Zulus da África do Sul, existem códigos complexos usando missangas coloridas.



Por exemplo, a cor Verde=contentamento e nova vida; Branco=amor spiritual, pureza; Preto= casamento, renascimento,idade e sabedoria; Amarelo= riqueza, fertilidade; Rosa= promesa; Azul=fidelidade e solicitação e Vermelho= amor, realeza e forte emoção.




Em relação aos búzios, a parte detrás de uma concha se assemelha a um órgão sexual feminino. 
A parte frontal é moldada como o abdômen de uma mulher grávida. 

O significado não é erótico, mas representa o milagre da vida.


Espiritualmente, segundo a lenda Africana, a atração aos búzios, nos liga a um espirito do oceano da riqueza e da terra. 

Também representa a protecção de uma Deusa poderosa.


Em quase toda a África tradicional, o búzio simboliza o poder do
destino e da prosperidade, humildade e respeito.

Antes que me esqueça, o nome da sua avó Cambuta, significa uma pessoa muito energética e de estatura baixa, no idioma kimbundu do norte e do centro de Angola.


Agradeço a sua atenção.

A. Kandimba



Duvido que seja novidade para tal idade e sabedoria, mas quem sabe!

Thursday, 15 September 2011

Trança-se os cabelos mas não os miolos Part 2

Foto: Leticia Enne













Para os bem intencionados leitores da primeira crônica…

O encanto de entrelaçar cabelos é uma arte de fascinar serpentes. E como tal, require inúmeras horas de dedicação, concentração e imaginação do artista.
Elas transmitem uma mensagem cultural desde as descobertas das pinturas nas montanhas do deserto de Sahara, cerca de 3000 A.C., no Norte de África.

Expressões religiosas, laços de consanguinidade e de aliança, posições sociais, idade e identidade étnica, fazem parte do atributo vasto e do simbolismo do cabelo trançado.



Sona (plural de lusona),  são desenhos geométricos feitos com um só traço, oriundos de uma grande tradição angolana dos povos Lunda-Chokwe e que ilustram provérbios, fábulas, jogos, animais, enigmas e matemática.

Citados recentemente pelo cientista e pesquisador matemático norte Americano, Dr. Ron Eglash , após intensas pesquisas em diversas sociedades tradicionais Africanas, o cientista realçou, o que tem sido essencialmente praticado e transmitido a centenas de anos e de geração a geração, que uma grande parte dos desenhos culturais são realmente baseados em princípios matemáticos.

E como qualquer outra arte africana, as tranças e penteados, demostram  o uso de diversos conceptos como geometria, a tradução, a rotação, a refleção e a dilatação.

O título, “trança-se os cabelos mas não os miolos”,  exclue qualquer sentimento nacionalístico. Basea-se numa mensagem e troca de ideias dirigidas a todos, principalmente para os que mais fazem uso delas, os Africanos do continente e os negros das diásporas.

Realmente existem tranças, e de uma presença robusta, que refletem modelos vindos da África Ocidental (Nigéria, Benin, etc). Tal fato jamais será negado!

Mas o meu manifesto foi e persiste, que nem todas pertencem exclusivamente a matriz cultural academicamente denominada  de Yoruba - Nagô.

Foi uma importante propaganda para as tranças no Brasil. Foi nos anos 70. Foi a época que esta ideia ‘supremacia Nagô’ ficou popular no Mov. Negro. Tudo passou a ser ‘Nagô’ nesta época.
Spirito Santo

As tranças especificamente denominadas de Nagô , são uma expressão típica da nossa negritude. Encontram-se com variedades em quase todos cantos do continente africano, como igualmente nas suas diásporas.

Elas fizeram parte do Império da Etiópia, desde a história bíblica sobre a rainha Sheba (também conhecida por Makeda) e do Rei Salomão.

Os Etiopos são dos povos Africanos que mais as cultam, chamando-as de  Sheruba. ( ver pintura antiga)






A Imperatriz  Taytu Betul (c. 1851 –  1918), esposa do Imperador Menelik II e os  Imperadores Tewodros II (c.1818-1868) e  Yohannes IV (1837 – 1889) , teriam sido os que mais reforçaram a popularidade das mesmas tranças, fazendo-as de uma certa forma, um símbolo de realeza.

A Imperatriz  Taytu Betul (c.1851–1918), esposa do Imperador Menelik II.
O  Imperador Tewodros II (c.1818-1868).











Emperador Yohannes IV (1837 – 1889).












AtitudesNegra Tranças, Rio de Janeiro : acredito, mas na sua opinião qual seria o nome correto para as tranças?

Não declaro que possuo os nomes “corretos” de tranças e penteados, mas sem dúvidas que existem outras opções mais apuradas.

Encontro-me longe das intenções de disvalorizar os trabalhos e projetos orgulhosamente realizados ao longo dos anos, por descendentendes de africanos nas suas respetivas comunidades.

Ao contrário! A continuaçao da herança de trançar os cabelos, tem sido um dos pilares mais visíveis e efetivos na questão da auto estima, ligação ancestral e reafirmação de identidades.


O que de uma maneira comum se chama de tranças Nagô, apesar de refletir objectos de tecer, possue fortes assemelhações e vínculos históricos e culturais com o grão que se faz fubá, o milho.

Fúba em Angola.

Os negros norte Americanos optaram desde os anos 50, por identificar as tranças simplesmente e de uma certa forma mais próxima do pensamento dos seus antepassados, de cornrows, Linhas de milho...tranças de milho.

“Seu cabelo, seu estilo”


































Trança-se os cabelos mas não os miolos...PARTE 1


Denominar  estas tranças  simplesmente de nagô e’ RIDICULO! Digno de riso e merecedor de escárnio.

Sei que na África tradicional tranças teem significados importantissimos e refletem eventos na vida de pessoas. Mas este tipo de tranças são feitas em vários lugares e culturas no continente.

Não pertencem apenas a uma etnia ou área geográfica!

Nagô e’ uma expressão que identifica povos,cultura, saberes e rituais da África do norte (sudão) e do Ocidente , principalmente nas diásporas como Brasil e Cuba.

Ora, os negros do Brasil e de Cuba são de maioria descendentes de povos vindos de Angola e do Congo (bantus)...A escolha de identificar as tranças como nagô e’ de muito mau gosto.

O nagôcentrismo como o racismo e’ estrutural...

Wednesday, 31 August 2011

Ngoma meu filho que eu quero ver...


Olha vamos na dança do Caxambu...Saravá, jongo, saravá...Engoma, meu filho que eu quero ver...Você rodar até o amanhecer...O tambor  tá batendo é pra valer...É na palma da mão que eu quero ver...Dona Celestina me da água pra beber...Se você não me der água vou falar mal de você.

Deu meia noite, o galo já cantou...Na igreja bate o sino é na dança do jongo que eu vou...Carreiro novo que não sabe carrear...O carro tomba e o boi fica no lugar...Quem nunca viu vem ver caldeirão sem fundo ferver.(Almir Guineto)


O  MBalundu foi o maior e o mais poderoso dos reinos tradicionais do povo Ovimbundu, Bantus de Angola.
Hoje conhecido simplesmente por Bailundu, é um município da província do Huambo, localizado em pleno planalto central do país.

Por mera distância destaca-se a província de Benguela, antigo porto e fonte do tráfico de cerca de meio milhão de Ovimbundus para o Rio de Janeiro.

Conta o meu pai que na década dos anos 40, nos momentos de diversão, os tambores eram soados pelos melhores tocadores das aldeias.

O tocador mais destacável era identificado e idolatrado pelo povo como o sangoma=o indivíduo, o tocador mais ágil do Ngoma.

Engoma ou Ngoma significa “tambor”,  é o tambor típico encontrado em toda a África bantu desde a milhares de Anos.

Popular em várias nações como Camaronês, Gabão, Congo-Brazaville, Congo-Kinshasa, Quênia, Tanzânia, Ruanda, Burundi, Angola, Zambia, Zimbabwe, Moçambique, Madagascar, Namibia e África do Sul.

Tocado normalmente ao som das palmas das mãos e até o sol raiar, cada tambor/ngoma possui funções e definições apropriadas.

Curiosamente, o povo Ambundu ou Kimbundu (povo da gloriosa rainha Jinga), vindos de Luanda e antigos parentes do reino do Kongo, fazem uso de um tambor /ngoma chamado de Umbanda.

Esse mesmo tambor (Umbanda) e’ tocado por um indivíduo identificado como Kimbanda.

O ngoma nao é apenas um tambor. O ngoma faz-se, pratica-se...Vamos fazer o ngoma, vamos dançar, vamos cantar,  vamos tocar, vamos jogar, vamos rezar, vamos louvar...

O ngoma é uma maneira de viver, é medicina, spiritualidade, ritual sagrado, nascimento, ritos de passagem, é namoro, é cura, é comunicação, iniciação, colheita, comemoração, guerra e morte.

Tudo manifestado em forma de dança e canto tradicional.

O autor (Almir Guineto) na sua intuição...Afroinspiração, projeta a vivência social e cultural do seu povo da forma mais resplandecente, provando de maneira incontestável uma ligação ancestral luzente através da sua música.

Que gênio!





Bi Kidude Fatuma binti Baraka


E’ uma artista da Tanzania com cerca de 100 anos de idade. A mesma afirma que tem 113 anos. Parteira e curandeira, ela é considerada a rainha da música Taarab (swahili) e iniciadora do rito Ngomba Unyago, uma cerimônia de percussão e dança que pode durar dias e que os homens não são admitidos.

 As meninas adolescentes são iniciadas nos mistérios da feminilidade. Elas são ensinadas graficamente como dar prazer aos seus maridos e também como lidar com situações desagradáveis que a vida de casada pode trazer.
 
Bi Kidude Fatuma binti Baraka




N
ão confundir:A definicão do rito Unyago postado embaixo não e' de minha autoria, A. Kandimba. 
E' de A. Katawala


Sobre ritos de iniciação feminina à maturidade em Moçambique 
A. Katawala 

O Unyago é um rito de passagem de criança a adulto e, como tal, o centro do ritual está nas cerimónias de separação da criança da sua mãe e da família para um período de formação, para voltar a ser reintegrado na comunidade como um homem novo, um adulto.

Para melhor percebermos o Unyago temos de perceber primeiro a relação entre a mãe e a criança que na cultura Yao é muito forte. É a mãe quem cuida integralmente do infante, é a mãe quem lava, veste, alimenta e cuida da saúde da criança e da família em geral.

Quando a criança atinge a puberdade, dá-se a separação. A idade dos candidatos ao Unyago oscila entre os 9 e 14 anos, podendo ser realizada numa idade mais avançada, conforme os usos e costumes de cada região.

Para as moças,
acontece geralmente no momento da primeira menstruação, pois estando no seu período fértil, estão aptas a preparar-se para uma vasta gama de preceitos que a incentivam a dedicar a sua disponibilidade ao casamento, às tarefas domésticas, à família e ao futuro marido; para os rapazes, depende dos pais a escolha da data e alguns esperam até que o filho apresente os primeiros pêlos púbicos." 

Tuesday, 30 August 2011

O herói Afro Holandês e o descontentamento da comunidade

“Tudo teve início quando uma mulher branca foi selecionada para construir a escultura de um Heroi negro...A maior referência da resistência anti-racista e anti-colonialista da lingua Holandesa.”







Para o povo de Suriname, antiga colonia Holandesa, Anton de Kom foi um herói que lutou pelos direitos humanos e sindicais. Lutou pela a auto-estima do seu povo e contra os traumas que sofreu como filho de um ex-escravo.

Tendo partido para a Holanda na década de 1920 em busca de um emprego, ele entrou em contato com vários movimentos anti-coloniais e comunistas.
Estes mesmos movimentos teriam reenforçado a sua consciência política.

Sei que foi preso em Suriname dez anos depois pelas suas atividades como conselheiro de trabalhadores contratados, sendo em seguida deportado para a Holanda.

Depois de vários anos de prisão publicou o livro  Nós os escravos do Suriname”, uma denuncia recta sobre o regime colonial e as circunstâncias degradantes que os escravos teriam vivido.

Na aquela época, o livro foi um escândalo!
Não se podia falar abertamente do sofrimento físico e moral, nem da  aflição e mágoas do povo negro.

Um homen livre durante a segunda guerra mundial, Anton de Kom ativamente juntou-se à resistência.
Ele morreu doente em 1945 num campo de concentração em Sandbostel, Holanda.

Eu lembro-me como se fosse hoje!
A estátua do herói negro foi revelada em meados de 2006, durante uma confrontação turbulenta no Sudeste da cidade de Amsterdão.

Nem eu e nem o resto da comunidade negra apreciou a ideia geniosa da artista Holandesa Jikke van Loons.

Logo após a revelação, a estátua foi cobrida com a bandeira do Suriname e o povo gritou: Nós não queremos um homem nu. Não somos mais escravos!

O descontentamento, a insatisfação e irritação da comunidade não seria apenas em relação a cor da pele da artista, mas pelo fato que a mesma tomou a decisão de esculpir a estátua do herói negro completamente nu. Nu!!!
Também pela postura e o argumento que a artista defende até hoje, insistindo que a imagem "mostra uma melhor representação do caráter militante do Antom de Kom" .

Dia 1 de Julho e’ o dia da abolição da escravidão em Suriname e Holanda.

Este ano espera-se uma maior manifestação e melhor comunicação entre os líderes da comunidade e a prefeitura da cidade de Amsterdão.

Xé menino, não fala dos Bantu!

"Nina Rodrigues percebeu pela primeira vez a predominância sudanesa na Bahia, no que foi confirmado por Artur Ramos.

Quanto aos bantos de Angola, tinham uma agricultura mais primitiva, praticada pelas mulheres, enquanto os homens criavam gado. Diferentemente dos iorubas e outros sudaneses, que usavam tecidos de pano, os negros das margens do Zambeze e das elevações de Benguela vestiam-se de cascas de árvores (como o fariam no quilombo de Palmares); mais para o sudoeste, porém, usavam vestimentas de couro, possuindo hábitos de caçadores e armas de ferro."

(Juarez Tadeu de Paula, sacerdote da tradição Iorubá. Ogam e jornalista, formado na PUC. Mestrado na Universidade de São Paulo.)


O autor (negro) no estado de ignorância eufórica e nagocrata, optou por citar falsas ideologias racistas do antropólogo Bahiano Raimundo Nina Rodrigues, rebaixando a cultura da maioria dos negros Brasileiros, Bantu, como semi-primitiva.


Durante uma pequena troca de palavras com um amigo nigeriano sobre os textos que escrevi e postei anterioremente relacionados ao tema Yoruba- nagô e Bantu, as suas palavras penetraram a minha mente.

Depois de lhe ter dito que existe uma doutrina entre os negros da diáspora africana, em que se exalta a cultura Sudanesa denominada de Yoruba –nagô como superior e dominante a cultura Bantu, o mesmo quase que morreu de rir, acrescentando que “este assunto talvez seja muito complicado para eles reconhecerem e debaterem, simplesmente porque ainda estão em princípios de reconciliação para com as suas raizes africanas.”

Bem, concordo de uma certa maneira mas também creio que seja o momento certo para se enfrentar o problema.  Do modo que tenha como abjectivo reconhecer a cultura Bantu, principalmente no Brasil como a cultura de maior influências.

Fala-se mais sobre o Brasil pela simples razão de ser a nação onde se encontra indivíduos que mais exaltam e defendem esse mito.


Estou consciente que o mito pervertido, sem moral e de mau caráter tem raizes no racismo colonial.

“Guiné man good, Congo man bad!” República do Haiti.

Tradução: O homen da Guiné é bom, o homen do Congo é mau.

Guiné man sendo um descendente da África Ocidental, os nagos do novo mundo...Nigeria, Benin, Senegal e mais.
 Congo man sendo o povo Bantu de Angola, Congo e Moçambique.

A frase é raramente usada entre a maioria dos negros Haitianos, mas escuta-se entre a elite intelectual negra.

Em Cuba, entre as religiões de matriz Africana (Santería, Palo Monte, e Abakuá), existem tentativas de exaltar certos aspectos spirituais e faze-los de superiores, mas nunca se tornou um prato predileto de entidades intelectuais como aconteceu entre os AfroBrasileiros.

Foi me chamada a atenção que a maioria dos AfroBrasileiros não seguem tal doutrina.

“Nem se ligam nisto.  Deve ser um grupinho de intelectuais de universidade.

 ...esta gente parece aqueles escravos que puxavam o saco do sinhô.

 ...na verdade, esta ignorancia dos negros brasileiros sobre suas próprias origens reais é dramática, constrangedora até. Hoje em dia repetida de maneira recorrente e acrítica por uma nova geração de estudantes universitários, do mesmo modo envolvida nesta rede de enganos acadêmicos, a história real foi substituida, grosseiarmente por uma versão totalmente 'fake' do que fomos e somos. Lastimável.

Spirito Santo




A foto representa a humiliação de um povo orgulhoso e a alimentação do racismo colonial.

Para o branco racista, quem mais se parecia com ele era considerado o mais inteligente, o mais agradável e simpático. Sarcasticamente, pode-se dizer que tratava todos africanos como cachorros mas certos grupos eram mais acariciados.
Isso fez com que vários africanos e seus descendentes criassem uma tradição de desvalorização as suas proprias culturas.

Para finalizar foi introduzido a miscigenagem.

As pessoas conscientes deste fato (bantu -nago), e que desconsideram como uma fabricação dos brancos ou simplesmente rejeitam a sua existência evitando debater sobre o caso, devem ser considerados como fuba do mesmo saco.

“O Brasil é uma extensão de alguns reinos de África, grande maioria na região de Benin e Nigéria. E, segundo V. Zamparoni docente nos mestrado de Estudos Étnicos e Africanos na UFBA...”

Poupei o embaraço, o autor diz ser apenas uma estudante.

Além do atlântico...Afrodescendentes ou Afroascendentes?

Para Maria Beatriz Nascimento (Aracaju, 1942 – Rio, 1995)  historiadora, pesquisadora, poeta e ativista negra.


















Descender é proceder...Provir por geração.
Originar-se, derivar...Longe de ser uma má intenção.

Ascender é elevar...Parte da mesma familia,
do mesmo concepto e reação.

Mas primeiramente reconhecer a base,
o fundamento...A descendência.

“É tempo de falarmos de nós mesmos”


Assumir a nossa descendência é iluminar o caminho de reencontro com a nossa ascendência.

Kumina, o coração Bantu da Jamaica!



Rastaman, não pare de viver!
Bongoman, não desista!
Congoman, não pare de viver, yeah!
Homem-Binghi, não desista!
Mantenha a sua cultura:
Não tenha medo do Urubu (abutre)!
Cresce os seus dreadlocks:
Não tenha medo da matilha dos lobos!
                                             (Bob Marley)


Nas suas canções de redenção, resistência e inspiração, o rei Bob Marley nunca deixou de homenagear o seu espirito de guerreiro e demonstrar humildade perante a sua herança Bantu.

Realmente as estatísticas não negam, os primeiros africanos levados para a ilha da Jamaica teriam sido arrancados das suas tenras infâncias...o berço Congo-Angola.


E com o mesmo suor, foram-se contruindo os primeiros quilombolas...Maroons.  Descendentes de escravos fugidos que fundaram comunidades livres no interior montanhoso da Jamaica durante a longa era da escravatura na ilha.

A Kumina e’ ancestralidade! E como as suas irmãs Burru, Tambo, Kongo e Odeah... e’ o encanto de dança, musicalidade e espiritualidade.

Abrem-se os canais de comunicação com os ancestrais, fazem-se ecoar os tambores, para que os antepassados partilhem a sua sabedoria, prestem assistência espiritual e aconselhamento aos seus filhos e filhas que estão aqui na Terra.


Como uma das raizes do surgimento do Rastafarianismo, uma doutrina socio-religiosa e estilo de vida, a Kumina tornou-se incorporada na forma de música chamada Rastafari Nyabinghi.

 Hoje, o termo "Kumina Riddim" refere-se a um dos ritmos musicais usados no Reggae.

Os seus adeptos acreditam que todo o poder dado aos antepassados e mais tarde revelado ao mundo dos vivos através de posse, é feito com a sanção e aprovação do "Rei  Zaambi" ou "Nzambi Mpungu" – O Deus Todo-Poderoso.


    A Rainha do Kumina
"Queenie" Imogene Kennedy nasceu no final de 1920, criada pela sua mãe e avó. A sua avó era uma Africana e foi através dela que Queenie tornou-se consciente da sua ascendência e cultura Africana.

A rainha do Kumina conta que um dia, enquanto buscava cocos em um barranco, os espíritos levaram-la para uma grande árvore de algodão oca, (Em África e nas diásporas das Índias Ocidentais, a árvore de algodão é vista como uma casa tradicional de espíritos).

Ela passou 3 semanas sem água ou comida, comunicando com os espíritos dos seus ancestrais que lhe ensinaram as orações e canções na língua Africana Kikongo.

Cinco Deusas da Mitologia Bantu


Inkosa zana
Inkosazana é a deusa da agricultura Zulu. Ela pode se manifestar como um arco-íris, uma cobra, uma sereia, uma bela mulher negra, ou como a chuva. Ela é exaltada na primavera para trazer fertilidade para a terra, e também por virgens para ajudá-las a encontrar um marido adequado. Inkosazana também é chamada de Rainha dos Céus, a Princesa dos Céus, e Inkosazana-y-Zulu. (Zulu-Africa do sul)
DZIVA
Ela é muito agradável, carinhosa e compassiva. Mas terrivel quando se torna mal humurada.
É por isso que ela é também conhecida como a enganadora.
Dziva é a deusa criadora geralmente benevolente do povo Shona do Zimbabwe - mas há também um aspecto terrível à sua natureza.


Mbaba Mwana Waresa
é a Deusa Zulu da chuva, da agricultura e da colheita. Ela é uma das deusas mais amada da África Austral, em grande parte porque ela é creditada com a invenção da cerveja. Mbaba Mwana Waresa é também a deusa do arco-íris, um símbolo da ligação entre o céu e a terra, os deuses e os homens.

A mitologia diz que ela não conseguia encontrar um marido adequado no céu, então ela veio procurar na terra. Ela deparou com um pastor chamado Thandiwe, cuja música mudou tanto ela que ela o escolheu para ser seu companheiro. Sendo mortal, ele teve de enfrentar muitos testes para provar a si mesmo, mas ele foi finalmente aceito por Mbaba Mwana Waresa como seu marido.


Mella
Deusa do Zimbábue é invocada tanto para a cura como para a coragem.  Abnegação e da superação de um grande medo, a fim de trazer cura e mudança. Sempre que você precisar de cura em sua vida, medite pensando nela.
Kianda
Na mitologia angolana, Kianda é a deusa do mar e dos peixes. ... Ela era tradicionalmente adorado jogando ofertas, tais como alimentos e roupas para o mar. ... Ela é a Rainha do Mar, o patrono dos pescadores e os sobreviventes de naufrágios, o princípio feminino da criação. (Luanda-Angola)

31 de Julho – Dia da mulher Africana


Mulher de Benguela, Angola


Que sejas a fé esculturada em nossas almas, essências e sentidos.

Que sejas a faculdade da memória,
que os nossos irmãos e irmãs são aqueles que nos respeitam,
que nos consideram e que se recusam a nos humiliar.

Que sejas a fruta seduzida, provada pelo diabo e seus demônios,
para que seus estômagos se arrebentem de uma vez por todas,
Libertando-nos das crueldades e desigualdades.

Que sejas o emblema e o braço mais robusto de um povo martirizado durante cinco séculos.


foto de Eric L.

O destino dos destimidos


  
O processo de remoção de um indivíduo desagradável, insolente e inútil na sua vida, sem dúvidas que requer uma determinada ciência. Não é apenas essa pessoa que você estaria excluindo, mas deve-se cuidadosamente selecionar e expulsar certos aliados do mesmo. (Totti)




Qual será a malukice de hoje?

O destimido por auto afirmação é um" sei lá o que e' "...um dedo prá baixo!

 Entre os medíocres e os bons prefiro os sanos.

A malukice de hoje (no bom senso) e’ o conselho de ontem que foi ignorado.

 “Xuta prá fora”! 

Quem bate à porta? E’ você passado?




O passado tem sempre a tendência de bater em nossas portas quanto menos esperamos, e’ o ancentral que muitos de nós decidimos ignorar.

A foto: Trabalhadores das plantações de borracha, punidos por não cumprir quotas, tiveram as  suas mãos cortadas. Congo Belga, 1905, foto de Soliloquy.

Por ordem do Rei da Belgica  Leopold II.

Normalmente nao perco tempo com fuleiragens e nem com racistas de baixa qualidade, mas sobre os genocídios em África que  tantos procuram culpar o meu povo, aprendi um pouco.

Posso afirmar que a história do genocídio em África é atribuída à época colonial, quando os colonizadores belgas massacraram mais de dez milhões de pessoas durante a ocupação colonial do Congo.

Ja' ouviu falar do Rei Leopoldo II? Foi ele quem ordenava que cortassem as mãos de africanos, crianças inclusivo.

O período colonial foi um genocídio!

Genocídio foi um aspecto central da missão chamada de "civilizadora" dos colonos!

Um dos meu avós foi decapitado por não ter dado a sua terra mais fertil aos portugueses.

Os mesmos colonialistas que praticavam assassinatos de africanos em massa, implantaram a idéia de que os problemas na região eram apenas de hostilidade tribal.

Este é e sempre sera' um dos elementos mais fortes do racismo na história colonial. Potências coloniais a praticar genocídio em África!

Um dos primeiros genocídios, se não o primeiro do século vinte aconteceu em África... Namíbia precisamente.

Ainda hoje e’ considerado por muitos de nós africanos como um ensaio para o Holocausto nazista.

A última vez que verifiquei, as Nações Unidas comprovou que 80% da população total do povo Herero (cerca de 65 mil), e 50% da população total de Nama (10.000) foram mortos por alemães entre 1904 e 1907.
Massacres de homens, mulheres e criancas!


Foto: Rei Leopoldo II da Belgica (1835-1909)O regime da colônia africana de Leopoldo II, o Estado Livre do Congo, tornou-se um dos escândalos internacionais mais infames da virada do século XIX para o XX.

O relatório de 1904, escrito pelo cônsul britânico Roger Casement, levou à prisão e à punição de oficiais brancos que tinham sido responsáveis por matanças a sangue frio durante uma expedição de coleta de borracha em 1903 (incluindo um indivíduo belga que matou a tiros pelo menos 122 congoleses)
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