“Após uma terrível batalha, a deusa protectora transformou o arco do guerreiro no primeiro instrumento musical da tribo, para que a música e a paz substituissem as armas e guerras para sempre” (Mitologia Bantu-Nguni, Zulu -Africa do sul)
Existe um facto que goza de certa autoridade, sendo que quando se pesquisa sobre o berimbau Africano, seja ele de que nome, origem, ou tamanho for, e’ impossivel ignorar que o gênero feminino desempenha um papel extremamente considerável em relação aos arcos musicais.
A popularidade do Berimbau cresceu transversalmente da arte Afro-Brasileira mais conhecida por Capoeira. A Capoeira até certo ponto, era de acesso restrito a um ambiente masculino. Significantemente, as portas foram abertas para o sexo oposto, e ja’ se conquistou bastante espaço por meios de dedicação e empenho.
Porém, as mulheres na esfera capoeristica ainda se encontram vítimas de regras discriminatórias, consideradas pela comunidade como tradição. Regras essas que não as permite tocar o berimbau e em certos momentos nao poder participar durante a roda.
A mulher Africana, apesar de viver em constante normas estritas e rigorosas, entre elas sendo as responsabilidades matriarcas, no último centenário foi a que mais forteficou a presença, e a popularização do berimbau africano na plateia continental e internacional.
Através do som melódico e hipnotizante do instrumento de uma corda so’, orgulhosamente canta-se cantigas de centenas de anos atras, transmitidas pelos seus antepassados.
Canções que contam estórias das glórias dos seus povos, sobre a felicidade, a tristeza, o amor, o ódio, a paixão, a traição, as desventuras de casamentos e cantigas infantis.
Nao somente a mulher e’ tradicionalmente considerada a base da família, mas também compõe, canta e constrói os próprios instrumentos que toca.
Cito duas personalidades da música tradicional Bantu-Nguni e herdeiras da tradição de tocadoras de arcos musicais, como a Princesa Zulu Constance Magogo e a Dona Madosini Mpahleni que hoje em dia goza de noventa anos de idade.
Com esta chamada, conto com mais reconhecimento e consideração para com as mulheres nao solemente na capoeira mas tambem no berimbau e outros instrumentos musicais.
Extraido dos textos “Entre Gungas e kalungas...A ancestralidade do Berimbau”
de A. Kandimba (Professor Totti Angola)
www.capoeira-angola.nl
simplesmente fantástico!
ReplyDeleteposso colocar este post no meu blog? com os devidos créditos, claro.
ReplyDeleteclaro!
ReplyDeletegrato!
ReplyDeleteAdorei estas informações!!!
ReplyDeleteDesculpe, Kandimba, mas nunca percebi nenhum impedimento de mulheres tocarem o berimbau nas Rodas de Capoeira, além do domínio da habilidade de tocar o berimbau e os toques em si!
ReplyDeleteE também nunca vi mulheres serem impedidas de entrarem na Roda só por serem mulheres! Certamente não nas rodas de Capoeira Amgola, que são as mais tradicionais! Se isso acontece em algum grupo, certamente não é fruto de nenhuma "tradição" da Capoeira, e sim fruto de muita ignorância e machismo.
Abs.
Unknown/Desconhecido me diga o seu nome e lhe responderei com muito gosto.
ReplyDeleteAbs.
muito bom e pertinente!
ReplyDeleteOlá
ReplyDeleteNa minha opinião, a mulher que demonstra qualidades, joga ou toca em qualquer lugar do mundo, independente de nomenclaturas ou qualificações determinando Angola ou Regional... Na unidade capoeira a vivência e a experiência acumulada capacita o indivíduo (homem ou mulher) de participar do ritual... Não basta pesquisar e escrever, é fundamental participar e vivenciar para conhecer o caminho...
Grato pela oportunidade de manifestar meus pensamentos! Cacá - Zungu Capoeira / SP
Certo, anonymous do dia 24 de dezembro de 2013. Nao escrevo e pesquiso apenas, sou tb professor de capoeira Angola.
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