Contam
os rugidos dos leões da história, dum passado recente que, por traição
de um inimigo, uma das filhas do Rei do Kongo caiu vítima das mandíbulas
e as garras diabólicas da ganância...Acorrentada no porto de Benguela,
em Angola.
Fortunata
Nkanga a Mvemba, de corpo e alma, posterior Fortunata Joaquina da
Encarnação da Costa Conde Faustina, de desdém e angústia, foi destinada e
subjugada ao trabalho doméstico, em Porto Alegre, Sul do Brasil.
Porém,
por impetuosa exigência do seu pai, os sonhos da princesa de retornar a
subir e descer a montanha sagrada de Kibangu, aonde a crença fervorosa
da jovem rebelde e profetisa Kimpa Vita se destacou, mergulhar nas águas
milagrosas do rio Nkisi, de correr e de se perder pela floresta de
Mayombe, livre e nos braços dos seus ancestrais, se transformaram em
realidade.
A princesa foi retornada à sua terra santa, Mbanza Kongo, em 1825.
A princesa foi retornada à sua terra santa, Mbanza Kongo, em 1825.
Que
impressão teria deixado a princesa criança entre os seus irmãos e irmãs
de Porto Alegre? Que estórias e testemunhas, persistências e
resistências dos seus viveres teria levado consigo?
Oxalá
que essas mesmas estórias se tornem pesquisas de grandes e lúcidos
historiadores, rimas de poetas aventureiros e canções de cantores cobiçosos,
para que, perante os olhos do mundo, a princesa jamais se tornará
invisível?
(A. Kandimba)
Imagem: Folk Tales And Fables Of The World (Barbara Hayes & Robert Ingpen).
Fontes: Arquivo historico BPN, Lisboa - Portugal