C. 1583 - Matamba, 17 de Dezembro de 1663
A rainha Nzingha/Jinga/Ginga foi uma soberana Angolana durante o seculo XVII, dos reinos de Ndongo e Matamba e, que deu a vida em prol da luta contra a invasão colonial portuguesa.
Foi do título real da mesma, Ngola, da lingua Kimbundu, que se denominou o país.
Existem diversas cartas escritas e ordenadas por ela. Cartas essas que foram registradas por missionarios capuchinos (ordem religiosa Italiana).
Neste dia 31 de Julho, dia Internacional da Mulher Africana, e' importante relembrar quem realmente a rainha foi. (A. kandimba).
Carta intregal de Nzinga Mbandi feita em 1626 a 03 de Fevereiro desde Kindonga:
«Eu
vos saúdo daqui de Kindonga, Sr. Bento Banha, aonde de certeza vós não
me achareis já. A mim e á minha corte comigo. estamos a caminho das
terras altas deste nosso rico país, lá para as montanhas. Aí, sim me
achareis. Mas de arco e lança na mão, e lanças peçonhentas, pois
continuaremos a apeçonhar as nossas lanças, e com a pior espécie de
peçonha que pode haver debaixo do céu. Rogo a v/fineza ide isso dizer ao
que vos manda.
Ao v/Governador, Sr. Fernão de Sousa. Ide dar-lhe este
meu recado. E dizei-le também que o nome de ANA DE SOUSA que o outro me
quis oferecer não pegou. Não podia pegar.
O mesmo sucede com as minhas
irmãs, a KAMBU não quer o nome de Bárbara, a Fuxi manda dizer que seu
nome é mesmo Fuxi. que ide aplicar o nome de Engrácia às vossas filhas
que is parindo, vós outros. Mau grado os esforços todos meus para uma
possível conciliação entre vós e nós, e nós, entre as vossas coisas e as
nossas.
Mas
gostaria eu de vos perguntar se já vos capacitastes todos de que estais
a bater-vos por uma razão de que nunca saireis vitoriosos. Talvez seja
melhor lembrar-vos de que os filhos de meu pai não desistirão jamais de
combater, hemos todos de lhe seguir o exemplo. A todo custo
defenderem-los a Independência e a liberdade da terra de nossos pais e
avós. O fogo dos nossos pais. Os filhos, as mulheres , os servos, os
bens. As nossas montanhas os vales, as campinas, as nossas matas. As
árvores, as mulembas, os rios. A nossa terra. Que adoramos de toda e
receamos que se venha a transformar para a vossa corrupta maneira de
ser, sabido que vencedores não nos sereis. Mesmo com um filho de nosso
pai a ajudar-vos, comboiando alguns bons dos nossos, hemos de vos
defrontar.
Armas não nos faltarão, e povos haverá neste mundo capaz de
acudir a um apelo nosso, para vos correr com ferro e fogo. Já que a bem
não quereis ir-vos daqui, e tão pouco querei portar-vos como um hóspede
se deve portar em casa alheia, ou um amigo em casa amiga. O meu povo não
quer cá na sua terra gente dessa natureza.
Juro
um ódio de morte a vós todos.
Ao v/Governador, à v/raça; à v/Igreja.
Aos v/Padres que trazem muito a Deus na boca, com a malvadez no coração.
Blasfemos! Feiticeiros! A v/arrogância está a ensinar-me que um outro
caminho não hemos nós de seguir que não este:fogo e ferro.
Termino desejando-vos a mais perfeita saúde, sr. Bento Banha Cardoso, para nos avistarmos um dia».
Ass): Nzinga Mbandi Ngola.
Foto: Rainha Nzingha Expo 2010 Shanghai, China (Damianne Presidente)
Fontes: Etumbuluko Lye Limi Lyumbundu
Para mais Informacoes em relacao as cartas escritas pela rainha, pesquise os trabalhos de John K. Thornton.
Outros links:
http://www.africafederation.net/Ndongo_History.htm
http://spiritosanto.wordpress.com/2012/06/20/preto-novo-preto-veio-na-pista-a-busca-do-lenitivo-da-dor/pipe-jinga-fuma-cachimbo/
Tuesday, 31 July 2012
Wednesday, 25 July 2012
Os Bantu no antigo Egito
Passei
umas boas horas tentando traduzir uma parte das longas e intensas pesquisas
feitas por vários pesquisadores, pouco conhecidos, estudiosos do antigo Egito e, as origens dos povos designados de Bantu.
Achei interessante termos um outro ponto de vista, por mais estranho que nos pareça. E como sempre digo, quem perde realmente são os que nao falam o inglês. (A. Kandimba)
=================================================Os Bantu no antigo Egito
Unidade de pesquisa para a antecipação da antiga língua egípcia.
Pesquisado por Ferb Somo, 30 de Junho 2008.
Pela primeira vez o conjunto de hieróglifos acima deixa uma impressão indelével, que remonta à existência do povo Bantu durante tempos antigos, no Sudão e Egito. As seguintes variações na pronúncia da palavra 'Bantu' dá uma visão sobre como a palavra poderia ter sido pronunciada em diferentes línguas Bantu. A lista das pronúncias diferentes foi fornecida por Israel Ntangazwa.
As variações delas são novas para mim.
Algumas variações na pronunciação das palavras:
'BANTU' O POVO
Os hieróglifos (em cima) soletra 'BATU' de acordo com a palavra corrente "BANTU". Os mapas abaixo traçam as possíveis migrações dos povos bantu. A origem dos povos bantu é uma questão
controversa e tem sido profundamente debatida. Abaixo seguem afirmações em que se questionam as idéias modernas sobre as origens do povo Bantu. No seu livro sobre a "Atualização de Origens
Bantu e a História Meru", o intelectual Queniano Alfred M M'Imanyara fornece a evidência da migração ao sul do Egito do povo Bantu.
A HIPÓTESE Níger-Congo
A hipótese do Níger-Congo desenvolvida por Joseph Greenberg sobre as línguas Bantu afirma que teriam originado na África Ocidental, nos Camarões, e migraram por toda a bacia do Congo, pela África Austral e Oriental.
Guthrie, por outro lado não se compromete, mas afirma que a dispersão Bantu está dentro de uma área elíptica em direção ao centro, na região da floresta da província de Katanga . (Congo-Kinshasa)
A hipótese do Níger-Congo precisa ser re-examinada levando em conta as tradições orais dos mais velhos membros dos grupos Bantu, do Quenia atual, que se lembram de uma migração ao sul do Egipto.
As seguintes fontes de migrações de alguns dos falantes Bantu no Quênia são tomadas a partir de:
i) Quênia um manual oficial
ii) História de África desde os primeiros tempos, um livro, AJ Willis
iii) Longman GHC, ES Atieno Odhimbo, John NBN I Were
Quase todos os povos bantu que vivem do Quênia relatam uma migração do Norte. O povo da localização Marachi são conhecidos por ter vindo de Elgon (Uganda/Quênia) embora outras clãs do mesmo grupo teriam vindo do Egito. Eles vieram do rio Nilo em canoas, ate Juja, Uganda e mais tarde mudaram-se para o leste em direcção ao lago Victoria, mudando de curso até Asembo (Quênia) e separando-se dos Luo (Quênia, Sudão e Tanzânia) , que caminhavam ao longo da margem do lago, tendo o resto cruzado para o Sul de Nyanza.
Seguindo em direção ao norte, tendo alcançado Butere (Quênia), mudaram-se para Luanda* e para Ekhomo (Quenia). O povo Luo teria lhes seguido desde o Egito.
*Creio sinceramente que o autor neste sentido se refere a Rwanda ou Uganda, fronteiras com o Quénia. (A. Kandimba)
O povo de Bukusu originalmente vieram do Egito em canoas. Tendo o povo da area Samia, a clã Abakhekhe e a clã Abachoni, caminhado. (Todos do Quénia atual)
Possíveis rotas de migração dos Bantu do centro de Sudão
A literatura oral de origem Luhya, sugere uma migração em seus atuais locais a partir do norte. Praticamente todos os grupos sub-étnicos afirmam ter migrado primeiro do sul de Misri, ou Egito. Em um dos dialetos Luhya, a palavra Abaluhya significa "povo do Norte', ou “os Nordestinos”.
Outras fontes relatam que os seguintes povos Bantu, Luhya, Baganda, Nyarwanda e Rundi de Burindi, Kikuyu, e o Zulu, todos reivindicam uma migração ao sul do Egito. Além disso, existem muitos grupos de expressão linguísticas bantu da Tanzânia, Moçambique, Congo, Zâmbia, Malawi, África do Sul, que testemunham a migração sul do Egito. Há ainda grupos de pessoas da África Ocidental que migraram do Egito para a sua localização atual.
Além das tradições orais fornecidos pelos Bantu mais velhos, a prova também é baseado em linguísticos, históricos, estudos científicos e culturais realizados por Cheikh Anta Diop.
Os mapas seguintes foram retirados a partir do livro de Alfred M M'Imanyara “A Atualização das origens Bantu e a História Meru ", publicado pela Longman Quênia, ISBN 9966 49 832 x
De acordo com Alfred M M'Imanyra os seguintes mapas mostram a terra pátria dos povos bantu originais no Egito.
Esta informação foi cuidadosamente derivada de fontes tradicionais fornecidas pelos anciãos Bantu no curso da sua pesquisa.
Eu gostaria de apoiar o trabalho de Alfred M M'Imanyara, compartilhando com ele a descoberta importante de hieróglifos, acima em que se menciona uma cidade Sudanic de situação desconhecida. É evidente que a cidade teria que ser chamada pela designação das pessoas que a habitavam, o "BANTU" ou o "BATU ', o povo.
Pátria original dos Bantu até 1500 A.D
Sombreado carregado: Possível origem última da Bantu
Sombreado leve: Área de expansão Bantu para o Egito
Rotas de migração Bantu de Cush e da ilha de Meroe
Migração Bantu
Embaixo, um dos exemplos das semelhanças entre o falar do antigo Egito e os idiomas do ramo Bantu. (A. kandimba)
Nota: A fixação do Bantu na África Ocidental poderia ter sido um resultado de dois fluxos de imigrantes Bantu: um da bacia do Congo e o outro diretamente do vale do Nilo.
(Todo conteúdo pertence ao Prof. Ferg Somo)
Referências:
The Restatement Of Bantu Origin and Meru History. Alfred M M'Imanyara Longman Kenya
UNESCO General History Of Africa, Vol1,2
Egypt Before The Pharaohs. Michael A Hoffman
The Peopling Of Africa. James L Newman
Ancient Egypt and Black Africa. Dr Theophile Obenga
Civilisation or Barbarism. Cheikh Anta Diop
The Children Of Woot. A history of the Kuba People. Jan Vansina
Indaba My Children. VusamaZulu Credo. Mutwa
Wikipidia
Languages Of Africa. Joseph H. Greenberg
Achei interessante termos um outro ponto de vista, por mais estranho que nos pareça. E como sempre digo, quem perde realmente são os que nao falam o inglês. (A. Kandimba)
=================================================Os Bantu no antigo Egito
Unidade de pesquisa para a antecipação da antiga língua egípcia.
Pesquisado por Ferb Somo, 30 de Junho 2008.
BATU, THE
BANTU
Cidade Sudanic: Situação desconhecidaPela primeira vez o conjunto de hieróglifos acima deixa uma impressão indelével, que remonta à existência do povo Bantu durante tempos antigos, no Sudão e Egito. As seguintes variações na pronúncia da palavra 'Bantu' dá uma visão sobre como a palavra poderia ter sido pronunciada em diferentes línguas Bantu. A lista das pronúncias diferentes foi fornecida por Israel Ntangazwa.
As variações delas são novas para mim.
Algumas variações na pronunciação das palavras:
'BANTU' O POVO
BANTU, BATU, ATHO, WATU, ATU,
ACHO, BOT, BANU, BANHU, ADU
Os hieróglifos (em cima) soletra 'BATU' de acordo com a palavra corrente "BANTU". Os mapas abaixo traçam as possíveis migrações dos povos bantu. A origem dos povos bantu é uma questão
controversa e tem sido profundamente debatida. Abaixo seguem afirmações em que se questionam as idéias modernas sobre as origens do povo Bantu. No seu livro sobre a "Atualização de Origens
Bantu e a História Meru", o intelectual Queniano Alfred M M'Imanyara fornece a evidência da migração ao sul do Egito do povo Bantu.
A HIPÓTESE Níger-Congo
A hipótese do Níger-Congo desenvolvida por Joseph Greenberg sobre as línguas Bantu afirma que teriam originado na África Ocidental, nos Camarões, e migraram por toda a bacia do Congo, pela África Austral e Oriental.
Guthrie, por outro lado não se compromete, mas afirma que a dispersão Bantu está dentro de uma área elíptica em direção ao centro, na região da floresta da província de Katanga . (Congo-Kinshasa)
A hipótese do Níger-Congo precisa ser re-examinada levando em conta as tradições orais dos mais velhos membros dos grupos Bantu, do Quenia atual, que se lembram de uma migração ao sul do Egipto.
As seguintes fontes de migrações de alguns dos falantes Bantu no Quênia são tomadas a partir de:
i) Quênia um manual oficial
ii) História de África desde os primeiros tempos, um livro, AJ Willis
iii) Longman GHC, ES Atieno Odhimbo, John NBN I Were
Quase todos os povos bantu que vivem do Quênia relatam uma migração do Norte. O povo da localização Marachi são conhecidos por ter vindo de Elgon (Uganda/Quênia) embora outras clãs do mesmo grupo teriam vindo do Egito. Eles vieram do rio Nilo em canoas, ate Juja, Uganda e mais tarde mudaram-se para o leste em direcção ao lago Victoria, mudando de curso até Asembo (Quênia) e separando-se dos Luo (Quênia, Sudão e Tanzânia) , que caminhavam ao longo da margem do lago, tendo o resto cruzado para o Sul de Nyanza.
Seguindo em direção ao norte, tendo alcançado Butere (Quênia), mudaram-se para Luanda* e para Ekhomo (Quenia). O povo Luo teria lhes seguido desde o Egito.
*Creio sinceramente que o autor neste sentido se refere a Rwanda ou Uganda, fronteiras com o Quénia. (A. Kandimba)
O povo de Bukusu originalmente vieram do Egito em canoas. Tendo o povo da area Samia, a clã Abakhekhe e a clã Abachoni, caminhado. (Todos do Quénia atual)
Possíveis rotas de migração dos Bantu do centro de Sudão
A literatura oral de origem Luhya, sugere uma migração em seus atuais locais a partir do norte. Praticamente todos os grupos sub-étnicos afirmam ter migrado primeiro do sul de Misri, ou Egito. Em um dos dialetos Luhya, a palavra Abaluhya significa "povo do Norte', ou “os Nordestinos”.
Outras fontes relatam que os seguintes povos Bantu, Luhya, Baganda, Nyarwanda e Rundi de Burindi, Kikuyu, e o Zulu, todos reivindicam uma migração ao sul do Egito. Além disso, existem muitos grupos de expressão linguísticas bantu da Tanzânia, Moçambique, Congo, Zâmbia, Malawi, África do Sul, que testemunham a migração sul do Egito. Há ainda grupos de pessoas da África Ocidental que migraram do Egito para a sua localização atual.
Além das tradições orais fornecidos pelos Bantu mais velhos, a prova também é baseado em linguísticos, históricos, estudos científicos e culturais realizados por Cheikh Anta Diop.
Os mapas seguintes foram retirados a partir do livro de Alfred M M'Imanyara “A Atualização das origens Bantu e a História Meru ", publicado pela Longman Quênia, ISBN 9966 49 832 x
De acordo com Alfred M M'Imanyra os seguintes mapas mostram a terra pátria dos povos bantu originais no Egito.
Esta informação foi cuidadosamente derivada de fontes tradicionais fornecidas pelos anciãos Bantu no curso da sua pesquisa.
Eu gostaria de apoiar o trabalho de Alfred M M'Imanyara, compartilhando com ele a descoberta importante de hieróglifos, acima em que se menciona uma cidade Sudanic de situação desconhecida. É evidente que a cidade teria que ser chamada pela designação das pessoas que a habitavam, o "BANTU" ou o "BATU ', o povo.
Pátria original dos Bantu até 1500 A.D
Sombreado carregado: Possível origem última da Bantu
Sombreado leve: Área de expansão Bantu para o Egito
Rotas de migração Bantu de Cush e da ilha de Meroe
Migração Bantu
Embaixo, um dos exemplos das semelhanças entre o falar do antigo Egito e os idiomas do ramo Bantu. (A. kandimba)
Exemplo 1
Budge 331a, Samuel Mercer 153, James P Allen,
460, Faulkner 120
Antigo Egito: MTmacho, homen
Kiswahili-Bantu: MTU, pessoa, homen, masculino
Luvale-Bantu (Zambia & Angola): MUTU, pessoa, homen,
Nota: A fixação do Bantu na África Ocidental poderia ter sido um resultado de dois fluxos de imigrantes Bantu: um da bacia do Congo e o outro diretamente do vale do Nilo.
(Todo conteúdo pertence ao Prof. Ferg Somo)
Referências:
The Restatement Of Bantu Origin and Meru History. Alfred M M'Imanyara Longman Kenya
UNESCO General History Of Africa, Vol1,2
Egypt Before The Pharaohs. Michael A Hoffman
The Peopling Of Africa. James L Newman
Ancient Egypt and Black Africa. Dr Theophile Obenga
Civilisation or Barbarism. Cheikh Anta Diop
The Children Of Woot. A history of the Kuba People. Jan Vansina
Indaba My Children. VusamaZulu Credo. Mutwa
Wikipidia
Languages Of Africa. Joseph H. Greenberg
Saturday, 21 July 2012
O Ori de hoje tem raízes Bantu
Em
Angola, haviam dias turbulentos durante os tempos de chuva e trovoadas,
em que nós, os kandenges (crianças), nos encolhíamos dos mais
próximos. Eu, como kasula, corria para os braços da irmã mais velha ou a
dona da casa, a minha mãe.
Entre os grandes estrondos, lembro-me que éramos advertidos que, os antepassados estariam descontentes com algo ocorrido e, que a chamada teria que ser recompensada com oferendas.
Mas aonde estariam esses antepassados, pensava eu! E o que poderia fazer para apaziguar-los?
Na sinceridade, não estávamos na posição de fazermos algo, pelo simples fato que já morávamos em Luanda e os nossos antepassados, ou seja os seus Akolokolo estão há centenas de anos nas grutas sagradas dos Ovimbundu, no Planalto de Benguela.
Ao contrário do raciocínio de muitos, entre os séculos 16 ao 19, os Bantos (Congo/Angola) foram o grupo Africano de maior densidade populacional no Brasil e se distribuíram por várias regiões. E os africanos Yorubás (Nigéria, Benin,Togo & Ghana) foram levados para lá 200 anos depois.(1)
O povo Ovimbundu com as suas crenças, rituais e tradições, caiu vitima da escravidão através do porto de Benguela. Pelo menos 500,000 foram levados para Rio de Janeiro e Baía.
Nas grutas sagrados do Bailundo, descansam restos de diversas gerações de antepassados. Mas não são apenas restos de avós falecidos. são os Olossoma (reis & rainhas) da nação.
De acordo com a nossa tradição e entre muitos outros povos Bantos, os reis e rainhas são sagrados, “quase” elevados a imagem e poder do todo poderoso Suku ou Nzambi (Deus).
Os restos que me foram relembrados durante a minha infância, seriam os Akolokolo, crânios.(2)
O Ekolokolo (cabeça, crânio), e’ a unica parte dos restos dos ancestrais guardada pelos representantes dos Olossoma. Acredita-se que o Ekolokolo, visto como a parte superior do corpo, e’ um espírito em si, a comunicação e ligação ancestral continua entre o soberano, rei/rainha, e o seu povo. Como um guia para o resto das suas vidas.
Foto: Grutas sagradas/Pedras Kandumbo
Ate’ hoje, mesmo depois de tantas tentativas coloniais de erradica-las, pode-se visitar as grutas sagradas, desde que o visitante se mostre disposto a respeitar os rituais e mandamentos de entrada e saída, como por exemplo:
No interior da gruta, existem espaços predestinados ás mulheres de uma certa idade e, a esfregação do óleo de palma nos pulsos e os tornozelos, também conhecido como azeite de dendê. Palavra essa que apesar de ser invocada inumeravelmente por adeptos e sacerdotes dos Candombles Ketu/nago, e’ pura e simplesmente Banto. Em Umbundu, Ondende, algo que purifica as nossas manchas morais e os nossos corações.
Seguindo a noção histórica, os povos Afro brasileiros ja’ teriam, sem margens para dúvida, o conhecimento nítido e inconfundível do conceito que tanto se identifica hoje de Ori e do fruto do dendezeiro, respectivamente, 200 anos antes da chegado dos povos Yoruba, os donos da palavra Ori.
(A. Kandimba)
Ritual de entrada
1.Yeda Pessoa
2. Ekolokolo (singular), Akolokolo (Plural) Antonieta Kulanda
Pintura: Carybe'
FotoS: Grutas sagradas/Pedras Kandumbo (Ermelinda Buta)
Sobre Ori: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ori_%28yoruba%29
Entre os grandes estrondos, lembro-me que éramos advertidos que, os antepassados estariam descontentes com algo ocorrido e, que a chamada teria que ser recompensada com oferendas.
Mas aonde estariam esses antepassados, pensava eu! E o que poderia fazer para apaziguar-los?
Na sinceridade, não estávamos na posição de fazermos algo, pelo simples fato que já morávamos em Luanda e os nossos antepassados, ou seja os seus Akolokolo estão há centenas de anos nas grutas sagradas dos Ovimbundu, no Planalto de Benguela.
Ao contrário do raciocínio de muitos, entre os séculos 16 ao 19, os Bantos (Congo/Angola) foram o grupo Africano de maior densidade populacional no Brasil e se distribuíram por várias regiões. E os africanos Yorubás (Nigéria, Benin,Togo & Ghana) foram levados para lá 200 anos depois.(1)
O povo Ovimbundu com as suas crenças, rituais e tradições, caiu vitima da escravidão através do porto de Benguela. Pelo menos 500,000 foram levados para Rio de Janeiro e Baía.
Nas grutas sagrados do Bailundo, descansam restos de diversas gerações de antepassados. Mas não são apenas restos de avós falecidos. são os Olossoma (reis & rainhas) da nação.
De acordo com a nossa tradição e entre muitos outros povos Bantos, os reis e rainhas são sagrados, “quase” elevados a imagem e poder do todo poderoso Suku ou Nzambi (Deus).
Os restos que me foram relembrados durante a minha infância, seriam os Akolokolo, crânios.(2)
O Ekolokolo (cabeça, crânio), e’ a unica parte dos restos dos ancestrais guardada pelos representantes dos Olossoma. Acredita-se que o Ekolokolo, visto como a parte superior do corpo, e’ um espírito em si, a comunicação e ligação ancestral continua entre o soberano, rei/rainha, e o seu povo. Como um guia para o resto das suas vidas.
Foto: Grutas sagradas/Pedras Kandumbo
Ate’ hoje, mesmo depois de tantas tentativas coloniais de erradica-las, pode-se visitar as grutas sagradas, desde que o visitante se mostre disposto a respeitar os rituais e mandamentos de entrada e saída, como por exemplo:
No interior da gruta, existem espaços predestinados ás mulheres de uma certa idade e, a esfregação do óleo de palma nos pulsos e os tornozelos, também conhecido como azeite de dendê. Palavra essa que apesar de ser invocada inumeravelmente por adeptos e sacerdotes dos Candombles Ketu/nago, e’ pura e simplesmente Banto. Em Umbundu, Ondende, algo que purifica as nossas manchas morais e os nossos corações.
Seguindo a noção histórica, os povos Afro brasileiros ja’ teriam, sem margens para dúvida, o conhecimento nítido e inconfundível do conceito que tanto se identifica hoje de Ori e do fruto do dendezeiro, respectivamente, 200 anos antes da chegado dos povos Yoruba, os donos da palavra Ori.
(A. Kandimba)
Ritual de entrada
1.Yeda Pessoa
2. Ekolokolo (singular), Akolokolo (Plural) Antonieta Kulanda
Pintura: Carybe'
FotoS: Grutas sagradas/Pedras Kandumbo (Ermelinda Buta)
Sobre Ori: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ori_%28yoruba%29
Thursday, 19 July 2012
Tata Maduba (O pai protetor do mundo)
E'
uma honra homenagear o mais velho Nelson Mandela, Tata
Maduba (O pai protetor do mundo),
como e' conhecido entre o povo Xhosa do ramo Bantu e, por milhares de
outros cidadãos
Sul Africanos.
Mas
claro, nem todos tem o mesmo sentimento.
O governo de Cabo Verde, um país Africano constituído por dez ilhas localizadas ao largo da costa da África Ocidental, recentemente atribuiu o nome "Nelson Mandela" ao Aeroporto internacional da ilha da Praia.
"Homem Maiúsculo' porque dedicou toda a vida à luta pela liberdade, democracia e direitos humanos, porque foi mártir e vencedor na luta contra o 'apartheid' [sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul] e outras formas de discriminação", disse o Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.
O Tata, com quase 70 anos de serviço a humanidade, advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul, honorário do Dia Internacional Nelson Mandela, como forma de se valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia, e' sem marges para dúvidas, uma lenda viva da nossa história como seres humanos.
O governo de Cabo Verde, um país Africano constituído por dez ilhas localizadas ao largo da costa da África Ocidental, recentemente atribuiu o nome "Nelson Mandela" ao Aeroporto internacional da ilha da Praia.
"Homem Maiúsculo' porque dedicou toda a vida à luta pela liberdade, democracia e direitos humanos, porque foi mártir e vencedor na luta contra o 'apartheid' [sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul] e outras formas de discriminação", disse o Primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.
O Tata, com quase 70 anos de serviço a humanidade, advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul, honorário do Dia Internacional Nelson Mandela, como forma de se valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia, e' sem marges para dúvidas, uma lenda viva da nossa história como seres humanos.
Mas envergonhosamente, a
homenagem tem sido alvo de protestos e ataques vindos de uma boa
quantidade de caboverdeanos, mas não da maioria, em que simplesmente se
referem ao ícono como “ um estrangeiro”, afirmando que “se
fosse uma rua, mas um aeroporto?”
Quando
o Nelson Mandela e' reverenciado, não se trata apenas de um mero agradecimento ao indivíduo.
Essa mesma homenagem se estende a mãe África, berço do ser humano, a luta de um povo e a sua dignidade, fora e dentro do continente, os seus líderes assassinados, como o Amilcar Cabral, o pai da luta contra o colonialismo português em Cabo Verde e Guine Bissau. Relembra as injustiças sofridas, como o massacre de sharpville, em 1960, de homens, mulheres e crianças desarmadas, entre muitos outros acontecimentos.
Nao consigo manter o meu
desapontamento perante a embecilidade de tal protesto, manifestação essa imoral e sem escrúpulos.
O Nelson Mandela e o Amilcar Cabral, nunca seram estrangeiros no continente Africano!
O Nelson Mandela e o Amilcar Cabral, nunca seram estrangeiros no continente Africano!
Estrangeiros, realmente, são aqueles que estranham
as sociedades e povos que orgulhosamente os têm honrando.
94 anos de idade...Parabéns Nelson Mandela!
Fotos: 1. Nelson Mandela, 2. O massacre de sharpeville (Africa do Sul).
Tuesday, 17 July 2012
O velado
Racismo velado, o que vc pretende vestir hoje?
O verde, confiscado das nossas terras?
O vermelho, espremido da nossa dor?
O amarelo, roubado das nossas riquezas?
Ou o preto, emblema da nossa cor?
Cutuquei o teu armário
Encontrei o teu diário
Te digo que, os teus dias estão contados pelo contrário.
Por mais que rezes pra' Santa Maria,
pro' Santo Antônio ou o terço Rosário.
(A. Kandimba)
Foto: Crianças Afro-Ecuadorianas, Esmeraldas, Ecuador. Vicki Brown
Monday, 16 July 2012
A caste maldita e a redenção de Cam
Quando alguem me xinga de racista, principalmente um branco, apesar de ser um insulto para com a minha pessoa, nao me incomoda tanto assim. Conheco a mentalidade por experiencia desde os meus 9 anos de idade em Lisboa. Era so' nao aceitar ser racialmente ou culturalmente humiliado e me xingavam a torta e a direita com a palavra.
Descrevendo, o tipo que te chama de macaco, escarumba, fazia comentarios como:
-E' preto e estupido!...Ou cantarolava "preto da Guine' lava a cara com chule'!
...Tudo, bem me parecia, por mero prazer. E depois de receber um murro no meio da boca, ou uma boa cabecada no queixo, optava por me xingar de racista.
Nem me dava a chance de lhe xingar de branco filho de umas e outras! Se ao menos, ne'? Mas nem isso!
O caso dessa vez e' sobre um tipo chamado de To' Faria, la' no grupo Pioneiros de CaboVerde. A besta sera' chamada de To' Mane' aqui na minha pagina e para tbm terem uma pista sobre as suas verdadeiras origens.
O To' Mane', que nao cansa de me xingar de racista, acho ate' que virou esporte para a besta, tem o vicio de elogiar a miscigenagem, com provas fuleiras de DNA e afirmacoes que pretos sao apenas 30% da populacao Cabo verdeana...Ele adora elogiar paises latinos e o Brasil como puros exemplos de uma sociedade sem racismo, a democracia racial, e que todos tem antepassados Europeus e Africanos.
Por alguma razao esquece o exterminio dos Indios.
O mesmo, adora dizer que pretos em geral devem esquecer o passado, a sua Historia.
Acho que ate’ anda meio desesperado e postou o discurso do Reverendo Martin Luther King, “Eu tenho um sonho". Rssss...Coitado do nosso rei na boca de uns e outros...Lacaios!
Quem nao sabe sobre a Historia de cabo verde deve pesquisar um pouco e ficara' xocado com os horrores impostos aos africanos e os seus descendentes, ficara' xocado com a lixeira humana enviada pelos Europeus, criminosos, estrupadores, pedofilios, para povoar as Ilhas, as centenas de mulheres africanas principalmente do Sudao que foram assassinadas e os seus filhos “mulatos” deixados por la’ tbm para povoar as ilhas...como aconteceu em Nova Zelandia, Australia e no Brasil.
O To’ Mane’, faz parte de um grupo de pessoas que chamo de “casta maldita”.
Um grupinho embebedado pelas ideologias racistas e selvagens lusitanas e latinas de seculos passados, espalhados pelos paises africanos de lingua oficial portuguesa, Angola, Mocambique, Guine B., Sao Tome’ e principe, pelo Brasil, e claro, Cabo Verde.
Essa casta e’ um perigo infernal, pelo fato de que geralmente se encontram em posicoes economias e sociais bem superiores aos outros e muitos escrevem os livros historicos.
Essa mesma casta que no passado convidou o Gilberto Freyre para Angola e Cabo Verde, para se aprender e se aplicar as mesmas taticas do embranquiamento e mito da democracia racial, como aconteceu no Brasil.
O fato de ser raro ver um preto latino no governo ou mesmo na televisao nao lhes incomoda.
Eles, a casta maldita, que orgulhosamente afirma que os negros devem esquecer o passado, algo que nem se aconselha a um bicho, nunca se lembram de dizer a um judeo para esquecer o Holocausto. Algo Imoral.
O problema aqui e’ o seguinte. Quem e’ preto ou sei la’, e tem pai branco ou avos, claro que deve ter o seu orgulho, mas nao me venha com conversas fuleiras como por exemplo, o sangue branco nas veias dos pretos deve ser celebrado porque somos todos Europeus e Africanos, como se as mulheres africanas tivessem consentido, abrindo as pernas delas por gosto, quando os africanos e seus descendentes foram “propriedade” dos Europeus por quase 400 anos.
A questao nao e' sobre sangue puro. Ora, nao existe tal coisa! E mesmo que os tais colonialistas lusitanos foram subjugados durante 700 anos por povos de cor.
Porque nao fazem esses testes por la'? Portuga, Espanha, Italia e companhia? Porque nao e' necessidade deles! E espalhar tal informacao pela Africa afora tbm nao lhes convem!
E eu vivo no norte da Europa, eles nao sao considerados brancos por aqui. Como e' que um povo que nem e' considerado branco em sua casa quer definir quem e' ou quem nao e' preto ou mestico?
A questao e' fenotipica! O racismo, no verdadeiro sentido da palavra, e o racista, nao estao interessados em saber quanto sangue branco a Mayra Andrade ou a Sara Tavares tem nas veias. Elas fenotipicamente seram xingadas de macacas!
To’ Faria, vai para o inferno e enfia a tua cabeca e os teus testes de DNA la’ naquele lugarzinho, ta’?
Pintura: Redenção de Cam (Modesto Brocos) 1895 Rio de Janeiro.
Na pintura, há uma negra com as mãos para o céu, agradecendo o fato de seu neto ter nascido branco, visto ser fruto da relação de um homem branco com uma mulher mestiça.
O artista soube captar perfeitamente o desejo elitista de embranquecimento da população.
Saturday, 14 July 2012
Cabaça e gravidez
Se por acaso,
um dias desses,
cruzar caminhos
com uma mulher da civilizacão Bantu,
ela, cheia de adornos,
enfeites feitos do fruto do cabaceiro,
e de um colar de missangas
denominado de Jinga, cordão umbilical,
objeto esse de conotaçao ancestral,
herança da sua mãe,
transversalmente do espírito da sua avó,
não se surpreenda,
e como alternativa,
tente depreender.
São os sinos da fertilidade tocando,
em harmonia com as doutrinas,
melodiando lendas e costumes,
sinfonizando laços e traços
do passado com o presente.
A cabaça é como um útero,
e, logo, se relaciona com a gravidez.
Eis a tradição!
Linhagem, ascendência, genealogia,
simbolismo de uma nova geração.
Viva a vida futura!
(Autoria: A. Kandimba)
Foto: Miss Zambia 2010, Alice Musukwa (Reuters)
Fonte histórica: Cestos de adivinhação
Símbolos do Chokwe (Angola, Congo & Zambia)
Manuel Jordan
Wednesday, 11 July 2012
Quando a gramática degrade
Gramática
s.f. Conjunto de princípios que regem o
funcionamento de uma língua. A gramática orienta como as palavras podem
ser combinadas ou modificadas para que as pessoas possam comunicar-se
com facilidade e precisão. Não é preciso que uma língua possua escrita
para ser dotada de gramática. As línguas indígenas, por exemplo, embora
sejam apenas faladas, têm seus próprios princípios de funcionamento.
dicio.com.br
dicio.com.br
Interessante...A expressão "Kilombo" na sociedade Argentina, tal e qual como a palavra sanzala em Angola e outros paises de língua oficial portuguesa, e' vulgarmente usada de uma forma pejorativo. Bem racista ate' diria!
Por la', do mesmo modo que em Uruguay, a expressão implica bagunça, algazarra, confusão, desordem, sujeira.
¡Qué kilombo! (Que desordem!)
Se va a armar kilombo! ( Havera' disturbios!)
Para os Venezuelanos, uma localização remota e de difícil acesso, enquanto que entre os Bolivianos, Chilenos, Paraguaianos e claro, os citados Argentinos, a palavra se relaciona com prostíbulos, lugares de prostituição.
Sabe-se que nos idiomas Bantu (Kongo/Angola), origem da palavra Kilombo, significa um certo tipo de comunidade. E no Brasil, com um pouco de ajuda do dicio.com.br, teriam sido Aldeias em que se concentravam os escravos que fugiam das fazendas, minas e casas de família, onde eram explorados e sofriam maus tratos. Os escravos, para não serem encontrados, escondiam-se nas matas, nos lugares mais inacessíveis, como o alto das montanhas e grutas. Aí se reuniam e levavam vida livre.
As pequenas aldeias eram também chamadas mocambos. Os maiores quilombos eram formados por vários mocambos. Seus habitantes eram chamados quilombolas. Enquanto durou a escravidão no Brasil, desde a colonização até o final do Império, existiram os quilombos.
Creio que todos nós devemos ter a obrigação moral e ética de infrentar a situação, excluir esse pensamento e expressões gramaticais degradantes das nossas sociedades.
(A. Kandimba)
*Foto do blog Torre da história ibérica: Um eumbo (kilombo), ou aldeia Kwanyhama. Os Cuanhamas pertencem ao grupo étnico dos Ambós, e ocupam a parte central do Sul de Angola, fronteira à Namíbia.
Fontes: http://buscon.rae.es/drae/?type=3&val=Kilombo&val_aux=&origen=REDRAE
Meu nome, minha identidade
Durante o tempo colonial em Angola, o colono Portugues, com o seu odio a
cultura e rancor violente para com os costumes e tradicoes africanas,
tentou oficializar, forçando a denominacao de todas as senhoras negras
de “Maria”.
A revolta das comunidades provocaram centenas de mortos entre os camponeses da Baixa de Cassange. Isso nos anos 70.
A tradicao Africana diz-nos que os nossos nomes, de uma certa forma, sao as nossas identidades, as janelinhas das nossas culturas e do nosso ser. Os nossos nomes ligam-nos ao passado, nossos antepassados e se prolongam ate' uma parte das nossas espiritualidades.
Mas quem nao tem cultura nem espiritualidade talvez nunca entendera' do que se trata.
Nasceu de uma conversa com as irmas Tata Akilah Alile e Sara Santos sobre nomes africanos. Elas, la' pelo Brasil, desejam ter uma ligacao mais forte com os seus antepassados e estao despostas, ate' por lei, a ter um nome Africano.
Nao creio que Maria seja um nome negativo neste sentido, mas se o horror das ideologias coloniais se tivessem prolongando e espalhado pelo pais afora, teria acontecido um massacre "total" da nossa identidade e cultura.
Os poucos livros que existem sobre nomes Africanos, geralmente sao repetitivos e se concentram apenas numa parte do Continente. Sem ser da cultura Swahili, nao se encontra nomes Bantus, nomes do sudeste da Africa...muito menos de Angola.
Entao aqui vai a minha contribuicao. Comecei hoje, pesquisarei 100 nomes Angolanos, culturas espalhadas por Namibia, Zambia e o Congo posterioremente, por serem fronteiras e terem um significante numero de Angolanos, e pretendo publicar algo em 2014.
Por favor, nao tenham vergonha de me cobrar, ta'?
A. Kandimba
A revolta das comunidades provocaram centenas de mortos entre os camponeses da Baixa de Cassange. Isso nos anos 70.
A tradicao Africana diz-nos que os nossos nomes, de uma certa forma, sao as nossas identidades, as janelinhas das nossas culturas e do nosso ser. Os nossos nomes ligam-nos ao passado, nossos antepassados e se prolongam ate' uma parte das nossas espiritualidades.
Mas quem nao tem cultura nem espiritualidade talvez nunca entendera' do que se trata.
Nasceu de uma conversa com as irmas Tata Akilah Alile e Sara Santos sobre nomes africanos. Elas, la' pelo Brasil, desejam ter uma ligacao mais forte com os seus antepassados e estao despostas, ate' por lei, a ter um nome Africano.
Nao creio que Maria seja um nome negativo neste sentido, mas se o horror das ideologias coloniais se tivessem prolongando e espalhado pelo pais afora, teria acontecido um massacre "total" da nossa identidade e cultura.
Os poucos livros que existem sobre nomes Africanos, geralmente sao repetitivos e se concentram apenas numa parte do Continente. Sem ser da cultura Swahili, nao se encontra nomes Bantus, nomes do sudeste da Africa...muito menos de Angola.
Entao aqui vai a minha contribuicao. Comecei hoje, pesquisarei 100 nomes Angolanos, culturas espalhadas por Namibia, Zambia e o Congo posterioremente, por serem fronteiras e terem um significante numero de Angolanos, e pretendo publicar algo em 2014.
Por favor, nao tenham vergonha de me cobrar, ta'?
A. Kandimba
O Fogo
A morte não põe termo à sobrevivência comunitária.
"A pessoa que morre não extingue o fogo, os vivos continuam a servir-se dele – o fogo".
Próverbio Ovimbundu (Angola)
Foto: Mumuila, Angola
*Could not find the name of Photographer. Feel free to claim your Photo.